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ELA, peça teatral em um ato inspirada na obra de Jean Cocteau

Coluna Por Dionisio Neto

Personagens

Ela
Marie

ATO ÚNICO

Cena única

 

ELA – Eu sou Ela. É meu nome, não o pronome. Desde menina eu sempre convivi com essa dúvida. Será que eu sou ela? Será que ela sou eu? Eu sempre fui eu mesma, ao mesmo tempo que existem várias dentro de mim. Sempre foi assim. Quando eu era menina eu usava as roupas e perucas da minha mãe. Minha mãe teve câncer. Por isso usava perucas. E desde então eu sempre gostei em ser eu mesma, mas através dessas outras mulheres que existiam a partir de mim. E na vida real, eu fui tantas. Às vezes me confundo. E troco as personalidades delas. Eu explico. Eu fui professora de francês. Minha mãe era francesa. Eu tenho uma tara louca por francesas. O som dessa língua me faz subir pelas paredes. Não sei explicar, só sei sentir. Talvez por isso eu tenha procurado mulheres francesas para me relacionar. Marrie, Juliette, Katerine…

Eu fui várias vezes no psicólogo para tentar me entender. Esse… Esse desejo incontrolável de um outro tempo, um outro lugar que não fosse esse aqui. É… Pode ser isso… Talvez eu não aceite quem realmente eu sou. Talvez eu não suporte mais o que meu país virou. O que o mundo virou. O que as pessoas viraram. Eu… Eu então me refugiei nesse imaginário que eu mesma criei para mim. Essas mulheres… Uma excelente motorista. Emanuelle. Amo Emanuelle. Ela dirige muito melhor que a maioria dos homens. Emanuelle poderia perfeitamente ser pilota de Fórmula 1, se este esporte não nos excluísse simplesmente. Marguerithe, a professora de francês que quem falei há pouco, uma mulher séria. E intensa em sua seriedade. Às vezes Marguerithe pensa que é Emanuelle e sai por aí dirigindo bêbada. Fui muitas. Algumas passaram por mim e se foram rapidamente. Uma estilista minimalista, uma advogada excêntrica, uma aeromoça internacional. Essas eu nunca mais vi. Até que um dia, um dia como outro qualquer, um dia como hoje, eu encontrei … Ela. Que sou eu mesma. Ela é atriz. E cantora. E bailarina. É uma artista completa. Ela, que sou eu, canta em musicais. E em dramas também. Ela canta na vida. E a vida canta, dança e representa pra ela. Com verdade. Apesar de tudo e como se fosse um paradoxo, não há mentiras na vida dela. Talvez… A mentira maior seja… Marie. Minha mulher. Não andamos muito bem. Talvez tudo termine hoje. Talvez tudo tenha terminado. E eu, como uma, fantasma presa em uma jaula de concreto, tente sobreviver. Eternamente. E isso dói. Dói muito. Lentamente. Marie é uma mulher. Bela. Ela sabe disso. Não para de se olhar no espelho, de fazer selfies de si mesma. Quando lhe convém ela fala como uma metralhadora em dia de chacina. Quando ela quer alguma coisa de mim. Em especial, meu dinheiro. Marie está desempregada. Ela nunca teve exatamente uma profissão, o fato de ser uma mulher muito gostosa, sempre abriu as portas da sorte. A maior porta da sorte que se abriu pra ela foi a da minha casa. E da minha vida. Mas ao que tudo indica… Infelizmente… Esta porta está… Se… Fechando. Pra sempre. Desculpa, eu não queria chorar.

– Marie! Marie!

Não adianta mandar mensagem porque a bateria do celular dela está sempre descarregada. Nanda. Ela deve estar com a Nanda. Eu não sei porque, mas eu acho muito estranha essa amizade dela com a Nanda. Sempre a Nanda. Segunda-feira está com a Nanda na Yoga, terça-feira com a Nanda no cinema, Quarta- feira com a Nanda na academia, quinta-feira, sexta, sábado, até na missa de domingo ela vai com a Nanda. Isso não é normal. Mas o que é normal? Hoje em dia? O normal é anormalérrimo. (Liga no telefone.)

Alô? Nanda? Oi querida, tudo bem? É chato, você deve achar que eu sou uma louca desesperada que nunca liga prá perguntar de ti e sempre prá perguntar da Marie, minha mulher. Pois é. Foi prá isso mesmo que eu liguei. Marie está aí com você não está? Diga que sim. Não é preciso nem dizer. Eu sei que ela está. Todos os dias ela está. Ela deveria morar com você. Namorar com você. Às vezes eu tenho certeza que ela está com você, casada, que eu sou a amante. Nanda, você está namorando minha mulher? Não. Não precisa responder. Se isso for verdade eu não suportaria. Eu me mataria, e depois mataria você e a Marie. É, é exatamente isso que eu faria. Cuidado, Nanda. Você pode estar falando com uma assassina. Quero falar com ela. Quero falar. Não está aí? Como não está aí, não mente prá mim, Nanda, eu conheço sua voz. Eu sei que quando você gagueja entre uma sílaba e outra é porque você está nervosa e quando você mente você fica nervosa e gagueja. Chama a Marie. É urgente. Não está? Não está mesmo ou está e você está dizendo que não está? Fala a verdade, Nanda. Tá. Tá. Tá. Mas ela foi aí hoje? Não?
Uma semana que não a vê? Como assim? Então uma das duas estão mentindo porque a semana toda ela disse prá mim que estava com você. No parque, no clube, no shopping… Ela fica mais com você do que comigo, Nanda. Fala a verdade. Onde está a Marie? Não sabe? É… Que engraçado. Eu também não sei. Eu nunca sei de nada que se passa com ela. Nada. Tá. Obrigada. Se por um acaso ela aparecer aí me avisa? Por favor, querida, eu preciso muito falar. Eu preciso muito falar com ela. A bientôt! (Desliga.)

Por que ela faz isso? Por que ela faz isso comigo? É prá me deixar louca, só pode. É pra torturar a minha alma. Lentamente. E prá me ver morta. Morta. Dizem que o que mantem um relacionamento é o amor, mas é o ódio, Marie. Eu odeio quando você deixa suas sandálias no meio da sala, quando vou fazer xixi e você não deu descarga, as coisas espalhadas que você deixa pela casa me desequilibram a alma. Não paga nenhuma conta, suas amigas sempre em primeiro lugar, nunca tem tempo prá mim. Me deixa só, com meu espelho. Usa minhas roupas, perde todas elas, meus anéis, se erra tem que aplaudir, porque a culpada dos seus erros sou eu. Não tem coragem de colocar a louça suja na máquina! Deixa tudo em cima da pia. Se bebe água usa todos os copos da casa e espalha todos Por Todos os lados. Já encontrei copo dentro do chuveiro! Sempre esquece a porcaria da chave. Quebra meus óculos, reclama de tudo. Me oprime, me sufoca. Esvazia os frascos de perfume, acaba com minha maquiagem, deixa calcinha menstruada no box. E quebra tudo. Prato, pires, xícara, tudo. Minhas porcelanas japonesas? Não sobrou uma! E nem pede desculpa! Ainda me olha com cara de reprovação. Nunca diz que me ama! Tenho que ficar perguntando – você me ama? Você me ama? Diz que sim, mas é mentira. Psicopata! Minha mulher é uma psicopata! Estou cansada de um mundo de faz de conta. Cansada! Eu quero ser amada de verdade! De verdade!

Uma fantasma. É isso que sou. Uma fantasma entre as infinitas mulheres que fui. Ah, Marie, Marie, se você soubesse… Todas as vezes que eu abro os olhos, o primeiro pensamento do dia é para você. A primeira pessoa em que penso é em você. Quando eu me olho no espelho eu vejo você. Quando eu tomo banho e esfrego o meu corpo, eu estou renovando as minhas células para recomeçar tudo outra vez… Com você. E você… Você some. Simplesmente some. Some. Como um … Fantasma. Marie. Você também é um fantasma?

(O telefone toca.)

Marie? Alô? Dona Odete? Aconteceu alguma coisa com a Marie? Diz prá mim que não. Ou melhor, diz que sim. Diz que ela está aí com a senhora mãe dela. A melhor mãe do mundo né Dona Odete? Aquela mãe que liga às duas da manhã prá casa da filha prá que? O que aconteceu? Não sei. Eu também não sei. Eu não sei de nada. A sua filha não fala nada, a senhora sabe. Ela não fala, não pensa… Não deve pensar. Eu acho que ela não tem cérebro. A única coisa que ela tem é uma buceta linda, Dona Odete. E ela acha que só porque ela tem uma buceta de mel, ela não precisa pensar e nem falar. Não. Ela não está aqui. Ela não está aí. Deve ter morrido e virado um fantasma. Tá. Tá. Tá. Quando ela voltar, se ela voltar, eu digo que a excelentíssima mãe dela ligou. Obrigada amor.

Essa é outra que está na minha lista. Mulher insuportável. Mimou essa filha tanto. Criou uma parasita. Que me suga. Se alimenta do meu sangue. De tudo o que eu vejo. De tudo o que eu penso. Do meu canto. Da minha voz. Duas da manhã… Ela vai voltar. É assim há anos. Ela some. Vai beijar outras. Vai ter em seus braços o corpo de outras. Eu sei. Eu sei. Eu vi. Eu vi e perdoei. Naquela época, mas hoje eu não perdoarei. Se morreu morreu, tá morta. Enterra, queima, e joga as cinzas no inferno. Acabou.

Meu amor, onde é que você estava? Quer dizer… São duas da manhã, você quase me deixa louca. Que cheiro é esse meu amor. Esse perfume barato? Dá prá sentir daqui. Não basta ser um perfume ruim e barato, tem que passar muito? Isso fede, Marie. Está me dando ânsia de vômito. Eu…Eu estava aqui, lendo a biografia de Jean Cocteau. Nem vi que eram duas da manhã. Nem vi que você não estava, eu pensei que você estivesse, sei lá, embaixo da cama, dentro do guarda-roupa… Você comeu? Eu posso fazer aquela sopinha de beterraba que você tanto gosta. Quer que eu faça? Eu posso fazer agora mesmo, é fácil. Tudo bem, amor? Você está estranha… Aliás, nesses dias todos você anda estranha. Ou melhor. Não. Você não está estranha. A estranha sou eu. Você está normal. Normal demais. Não fala, não me responde, e eu fico aqui, falando com essas paredes dessa jaula de pedra. Essa jaula que está me matando aos poucos. Lentamente. Como uma tortura chinesa. Medieval. Sua mãe ligou. Ela disse que quando você chegasse era prá você ligar prá ela. O que aconteceu? Por que você demorou tanto? Eu fiz um show lindo. O teatro estava lotado. Fui aplaudida de pé por mais de quinze minutos. Depois fui cantar no bar do hotel. Com aqueles homens fascistas, nojentos, estúpidos fazendo selfies o tempo todo da solidão deles. Eu não suporto mais cantar neste hotel. Este hotel é decadente demais para mim. Eu não comecei ontem. Eu sou uma atriz premiada, uma cantora reconhecida, eu fui indicada ao Grammy Latino! O que eu estou fazendo cantando neste hotel de quinta? Eu queria estar em outro lugar, Marie. Eu queria estar fazendo uma turnê pelo Japão, com você. Eu queria estar compondo meu novo álbum nos alpes, com você. Eu queria estar cantando no Carneggie Hall, prá você. Eu queria tudo com você e o que eu tenho? Quem eu sou? Onde eu estou? Não precisa responder. É só ver. Ver você pode? Por que falar não fala. Fala alguma coisa? Qualquer coisa. Uma banalidade qualquer. Uma asneira. Você fala asneiras homéricas. Praticamente é só o que você fala. Asneiras. Mas não só isso. Fala como se estivesse falando a nova fórmula sensação da física quântica! Você sempre se valorizando, não é, Marie? Sempre se vendendo mais caro do que é. Só que ninguém quer pagar. A única que paga sou eu. Ela. Fala uma frase feita? Um plágio? Uma inspiração? Adapta uma fala do Belo Indiferente? Diz que é meu Jean Cocteau? Por que você não fala nada? Nunca. Fica calada como um totem, como um Buda cheio de pecado. Seu silêncio é ensurdecedor, Marie. Se você morresse ao menos, Marie. Mas você não morre. Nem vive. Me deixa louca. Muda. Louca, muda e trancada. Eu quero voar, Marie. Pro interior da China. Minhas forças estão se esgotando, e eu quero me desamarrar. Me desprender desse buraco negro em que estou atolada. Eu quero cantar. Prá você. Eu não quero isso prá mim. Nenhuma mulher no mundo quer. Eu quero cantar com você. Dança comigo? Transa comigo? Fala comigo florido como a primavera? Quanto mais em silêncio você fica mais vontade eu tenho de gritar! GRITAR! Acordar os vizinhos, até aparecer polícia na porta, até vir a imprensa toda! E no dia seguinte as manchetes de todos os sites: ELA, a cantora fantasma quebra o silêncio e revela uma bomba. Me tirem daqui! Me tirem daqui! Eu quero respirar!

É um sonho isso? Diz que sim? Diz que eu vou acordar. Em Paris, em um divino apartamento em Saint Germain Des Près. Voilá! Onde você estava? Quem é ela? Essa vagabunda com quem você estava? Eu tenho vergonha de dizer para meus amigos o que estou passando. Vergonha. Sabe o que é isso? O que você não tem na cara. Nunca teve. É perverso. Mentiroso. O que você quer com isso? Me matar? Será que eu já não estou morta? Será que eu não sou a personagem de Cocteau na vida real? Será que eu sou a Edith Piaf? Responde. Sai de trás dessa tela. Você pensa que se esconde atrás dessa tela, mas essa tela tem mais olhos e ouvidos do que você pode imaginar. Essa tela mais revela que esconde.

Você quer me ver morta, Marie? Mas será que eu já não estou morta? Sim eu sei que estou. Eu sei que sou uma fantasma do que um dia eu poderia ter sido, ao seu lado. Cheia de filhos lindos, saudáveis que poderíamos ter adotado, espalhando amor e amor e amor e mais amor e amor e amor e amor. E a única coisa que eu tenho é esse eco. Esse eco escuro e ensurdecedor da minha própria voz. Muda.

Mas eu não vou. Ainda que eu saiba que é isso que você quer. Eu não vou me calar. É um homem ou uma mulher? É a Nanda? Você está namorando a Nanda? Preferiria que sim. Com uma beleza daquela com toda aquela juventude eu não posso concorrer. Eu sofreria menos. É aquela vigarista? Aquela que rouba o marido de todo mundo? Aquela que não pode ver uma pessoa casada que já cai em cima? Aquela “Darxana do Oxo? É ela não é? Eu sabia. Eu sempre soube, Marie. Esse perfume de urubu é a cara dela. Você tem noção do tamanho e da grandeza desta mulher que está aqui na sua frente e que você está trocando por uma puta barata de quinta? Uma puta sifilítica! É isso que ela é! Puta sifilítica! Você acha que pode tudo só porque é bela, Marie? Não pode. Ninguém pode. Beleza não é tudo. Beleza desmorona. O que vale é a verdade. E hoje em dia… O que é a verdade?

Onde está aquela menina que sorria com seu belo par de olhos negros? O que aconteceu com aquela menina que dizia as coisas mais lindas prá mim? Aquela moleca que acalentava o meu desespero, as minhas angústias, agonias? O que fizeram foi feito de ti, Marie? Esse deserto que está na minha frente não pode ser você. Pelo menos não o que você costumava ser. Essa, definitivamente, não existe mais.

Onde você vai? (Ela a empurra. Ela grita.) Você tirou sangue da minha boca… Você tirou sangue! Ordinária! Canalha! Frustrada. Uma Maria Ninguém. Maria de Nada da Silva. Onde você vai? Vai sair? Vai embora? Vai me deixar aqui falando só? É esse o som do adeus?

Você não vai voltar. Eu sei. Eu estou sentindo. Minha intuição não falha. Eu só posso lamentar. Você é… Deplorável. Eu quero te agradecer. Imensamente. Do fundo do meu coração. Você está fazendo um favor prá mim. Tirando uma âncora de dentro do meu peito. Ainda que eu quisesse o contrário. Você está libertando as amarras do meu coração. Até nunca mais meu amor, meu adeus.

(Ela vai embora.)

E foi assim, meus queridos. Foi assim que a partir daquele dia, aquele dia em que… Aquele dia em que ela partiu para nunca mais voltar, como um delírio surrealista francês da década de mil novecentos e trinta, eu fui abençoada, às avessas, para um caminho de luz que a partir de então eu mesma escolhi trilhar. E transformei a tristeza em alegria. E voltei a Ela quem eu sempre fui antes de tentar ser aquela que eu jamais poderei ser.

(Ela canta.) 

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Sobre
Dionisio Neto

Dionisio Neto

DIONISIO NETO (São Luís - MA - 29 de dezembro de 1971) é ator, autor, diretor e produtor. Vencedor do Prêmio Golden India Catalina 44º Festival Internacional de Cinema de Cartagena - Colômbia (melhor ator coadjuvante por Carandiru, de Hector Babenco.) Fundador e Diretor artístico da COMPANHIA SATÉLITE DO AMOR desde 1995. Formado pelo CPT - Centro de Pesquisas Teatrais do diretor Antunes Filho atuou em espetáculos do diretor (Vereda da Salvação) e de Bia Lessa (As três irmãs), José Celso Martinez Corrêa (Ham-let), Lucia Segall (Desamor), Ivan Feijó (Desconhecidos), entre outros. Em cinema atuou em Carandiru e Meu amigo hindu, de Hector Babenco e em filmes dos diretores Carlos Reichembarch (Garotas do ABC), Roberto Moreira (Contra Todos), Alexandre Setembro (Morte, vida e sorte), e em curtas metragens. Na TV atuou nas produções da Rede Globo - A Favorita, Morde e Assopra, A Dona do Pedaço e Carandiru - outras histórias. Em streaming atuou em séries do CANAL+, NETFLIX (Crime Time: hora de perigo), HBO, MTV, FOX, DISCOVERY CHANNEL (Crimes.com), STAR+ (O rei da TV), entre outras. Escreveu dezoito peças de teatro publicadas pelas editoras Benfazeja e Giostri e o romance Perla Stuart a ex-mulher Ed. OIA. Dirigiu vários espetáculos de sua companhia teatral.

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