Inf Peças
NELSON ETERNO RETORNO
Inspirada na vida e na obra de Nelson Rodrigues (1912-1980), Nelson Eterno Retorno, leva o público a uma viagem intimista, lírica e investigativa que revela às razões que transformaram o jornalista, policial e esportivo, no mais importante dramaturgo brasileiro. A partir da relação com a filha cega, surda e muda e seu fascínio inesperado por uma de suas leitoras mais assíduas, seus pensamentos nos levam às lembranças e questionamentos existenciais de sua própria vida cotidiana até que a misteriosa leitora de sua coluna policial começa a lhe escrever cartas reveladoras. Cartas que tomam conta de sua mente, inspirando algumas de suas mais notáveis obras teatrais: histórias íntimas , ações, sentimentos, delírios, certezas e incertezas sobre a própria existência e sexualidade são alguns dos temas descritos por sua misteriosa admiradora; até que ambos resolvem materializar essa relação de trocas de cartas, no mundo real para o delírio absurdo e festejo de um pornográfico apaixonado.
O AMOR E SEUS FINS
Depois de 16 anos de um casamento aparentemente feliz, uma mulher e um homem decidem se divorciar. Colocam o contrato na mesa, mas não conseguem assinar os papéis. Entendendo que o amor não foi suficiente para sustentar essa relação, começam um processo de desconstrução e rupturas. Conversam, dançam, brigam, riem e se humilham, num jogo angustiante de aproximações e distâncias. Tentam, assim, criar outras narrativas. E, ao fazer isso, vão percebendo que o casamento deles não é só deles. Dentro dessa sociedade burguesa, todos estão engendrados num sistema fracassado, mas ainda assim, seguem reproduzindo os mesmos padrões.
7 GATINHOS
De todas as filhas de Seu Noronha com Dona Aracy, Silene é a mais nova - e também a mais mimada. Ela tem direito a uma boa educação em um colégio interno, pois é a esperança da família de cinco mulheres: pelo menos uma se casará na igreja, virgem, virando o símbolo de salvação moral da família. As outras quatro irmãs, Aurora, Arlete, Débora e Hilda, que ainda não se casaram, se empenham em juntar dinheiro para o enxoval da caçula enquanto enfrentam o temperamento agressivo do pai. Mas a situação muda radicalmente quando Silene é acusada, no colégio, de matar a pauladas uma gata prenha.
- Terça20h
- Quarta20h
11 SELVAGENS
A montagem imersiva de Pedro Granato, coloca atores e público lado-a-lado em cenas que explodem em impulsos de violência. Desde que estreou em 2017, o Brasil vem aumentando a temperatura e a violência de seus embates. Nas últimas temporadas, a peça e os debates que se seguiam após a apresentação, serviram de válvula de escape para as enormes tensões políticas dos últimos anos. Agora, a montagem retorna em um ambiente mais hostil estimulado pelas campanhas eleitorais.nnDa violência à sensualidade, do absurdo ao trivial, são onze quadros interligados como uma camada de sociabilidade que pode rapidamente ser rompida em nossos dias. As cenas se desenrolam como se a plateia estivesse na mesma situação dos atores. Algumas geram reações, em outras o espectador é cúmplice e voyer. Cada quadro é levado ao paroxismo e quando parece não haver mais para onde ir, a música toma o ambiente e os atores extravasam em coreografias.
O CASO MEINHOF
O Caso Meinhof, montagem do Teatro do Fim do Mundo é livremente inspirada no texto Ulrike Maria Stuart, da ganhadora do Nobel de literatura Elfriede Jelinek. A partir da história da RAF, grupo terrorista alemão dos anos 70 (com as mulheres Ulrike Meinhof e Gudrun Ensslin na liderança), a peça discute o fracasso e a herança dos movimentos revolucionários do século XX, além de debater a presença das mulheres na liderança de processos políticos, entre outros temas que se mostram urgentes no Brasil de hoje. nUlrike Maria Stuart é com frequência considerada a mais importante peça de Elfriede Jelinek, autora fundamental para a dramaturgia contemporânea, apesar de sua obra ainda ser pouquíssimo encenada no Brasil. Foi a primeira lançada após ela ser premiada com o Nobel em 2004. nnAo tratar de temas fundamentais para pensar o tempo em que vivemos – o aparente fracasso dos projetos revolucionários, o perigo da violência autoritária por parte de quem deseja mudar o mundo, e ao mesmo tempo a impossibilidade de se conformar a uma ideia de que o mundo não pode ser transformado – a peça se faz urgente em um contexto brasileiro de crise profunda, em que a imaginação política se vê travada pelo peso excessivo dos vícios históricos do país.
- Sexta20h
- Sábado20h
- Domingo18h