Quase 2h da madrugada. Não consigo dormir. Estou tentando encontrar a melhor forma de me apresentar por aqui. Não queria ser óbvia, mas não há outro jeito: meu nome é Natália Beukers, tenho 23 anos e sou atriz – quero dizer, atriz em constante formação.
Há algumas semanas, tive a feliz notícia de que poderia iniciar uma coluna semanal neste espaço de Vogue Gente. A ideia é tratar daquilo que mais amo no mundo: TEATRO!
Comecei a estudar teatro aos 10 anos de idade e, desde então, venho cultivando esta paixão pela arte de representar. Em 2016, terminei o curso técnico de Teatro e, mais adiante, estreei profissionalmente no palco – uma experiência indescritível.
A última peça em que estive em cartaz foi O Jardim das Cerejeiras, texto do autor russo Anton Tchekhov, direção de Eduardo Tolentino de Araujo, produção do Grupo TAPA.
O ano era 2019, mais precisamente 10 de janeiro – o dia da estreia. Minha personagem, a criada Duniacha, seria a primeira a entrar em cena.
As luzes se apagam, soa o terceiro sinal, a peça começa e se dá a magia do teatro:
“O trem chegou, graças a Deus. Que horas são?”, disse o homem de negócios Lopakhin, interpretado pelo ator Sergio Mastropasqua.
“Quase duas da madrugada.” – respondi como Duniacha.
Hoje, passado algum tempo, quase duas da madrugada, penso: por que teatro? Pois foi por meio do teatro que encontrei a forma mais verdadeira de tentar entender a vida. Foi por meio do teatro que aprendi coisas valiosas, visitei lugares imaginários, experimentei outras vidas… Aprendi a olhar o outro – seja este outro a personagem, o meu parceiro de cena, ou o próprio público, sempre diferente a cada apresentação. Aprendi que, por meio do conhecimento que a cultura proporciona, podemos tornar as nossas vidas muito mais interessantes.
Acredito muito nisso, e por acreditar é que tive o desejo incessante de dividir este pensamento, essas experiências e sensações tão gratificantes e enriquecedoras com mais pessoas.
Assim, em 2020, criei um perfil no Instagram chamado Infoteatro (@infoteatro_). A ideia era – e ainda é – aproximar cada vez mais o público dessa arte milenar. Aproximar as pessoas das infinitas possibilidades que o teatro proporciona. E, a partir de agora, também tentarei aproximar você – leitor, leitora – desta arte que tanto me fascina.
Você já foi ao teatro? Quando foi a última vez? Você já sentiu a sensação maravilhosa que só os minutos que antecedem uma peça de teatro podem proporcionar? Aquele instante em que tudo está escuro e só o que se ouve é o terceiro sinal ecoando nas paredes da sala de espetáculo: Peeee, peeee, peeeeeee…
São duas da madrugada, sinto que ainda não encontrei palavras suficientes para expressar a grandeza que o teatro pode ter. Mas é isso! É justamente por isso que terei este espaço: para tentar, semanalmente, escrever sobre como o teatro é grandioso; como a dramaturgia, a arte de representar pode acrescentar na vida de cada um.
Então, que comece um novo espetáculo! E, como costumamos dizer no início de cada nova apresentação: Merda!!!
Merda para todos nós e viva o TEATRO!
Este texto foi, originalmente, publicado no site da revista Vogue Brasil, dentro do segmento ‘Gente’. Para acessar a publicação original, clique aqui.