O mundo está cheio de nós (2019) entra em cartaz no TUSP (Teatro da USP) a partir de 02 de fevereiro.
A Companhia do Latão retorna aos palcos paulistanos para apresentar no Teatro da Universidade de São Paulo (TUSP) seus mais recentes espetáculos e realizar uma oficina gratuita de Dramaturgia da Atuação.
Inspirado no filme Noites de Cabíria, de Fellini, espetáculo popular da Companhia do Latão acompanha a jornada de uma prostituta pelas ruas de São Paulo
O MUNDO ESTÁ CHEIO DE NÓS é o mais recente espetáculo teatral da Companhia do Latão. É uma encenação popular, com música tocada ao vivo, cuja cenografia configura um pequeno teatro-circo, com elementos que expõem a própria representação. Conta com 9 atores e 3 músicos em cena (baixo, violão, teclado, percussão, sanfona). Contemplada no Programa Municipal de Fomento ao Teatro, a montagem estreou em abril de 2019 no Teatro Flávio Império e circulou pelos bairros periféricos da cidade de São Paulo, apresentando-se também nos teatros Arthur de Azevedo, União e Olho Vivo, na Casa de Cultura da Freguesia do Ó e na Biblioteca Mário de Andrade.
A dramaturgia foi escrita em processo colaborativo e é assinada pelo dramaturgo e diretor Sérgio de Carvalho. O espetáculo acompanha uma jornada na vida de Valéria Dim, uma prostituta do bairro da Liberdade em São Paulo, suas andanças entre os bairros mais ricos e pobres da cidade, seus encontros e desencontros afetivos e seu inconformismo com os padrões do mercado de gente. O roteiro se inspira livremente no filme Noites de Cabíria, de Federico Fellini (escrito em parceria com Pier Paolo Pasolini) e em imagens de poemas de Brecht. A peça da Companhia do Latão é uma espécie de panorama irônico (que inclui uma reflexão sobre a própria condição do artista) sobre o mundo das trocas na cidade de São Paulo onde esperança e desesperança duelam na medida em que religiosidade, trabalho precário e violência se confundem no imaginário das ruas.
“Quanta força, quanta delicadeza. Sobre Valéria Din: como parece bobo quem no meio da desgraça não se entrega por inteiro a ela e insiste por saber que o melhor é possível, que o dia de São Nunca deveria nascer como cantar do galo. (…) A insistência de Valéria bate na porta da gente, grita no portão, estica o braço entre as barras da grade e bate palmas chamando quem dorme lá no barracão dos fundos depois de mais um dia de trabalho: nosso desejo de amar e ser amado.”
(Herik Rafael Oliveira, via Facebook)
FICHA TÉCNICA
Atuação: Ademir de Almeida, Beatriz Bittencourt, Érika Rocha, Gabriel Stippe, Helena Albergaria, João Filho, Leonardo Ventura, Ney Piacentini
Música e atuação: Carlos Santos, Cau Karam, Nina Hotimsky
Música: Lucas de Sá
Melodias originais: Nina Hotimsky em parceria com Cau Karam, Carlos Santos e Lucas de Sá
Cenografia: Valdeniro Pais e Sérgio de Carvalho
Figurinos: Fábio Namatame
Iluminação: Bruno Garcia
Assistência de pesquisa: Natalia Belasalma
Arte do cartaz: Gabriel Victal
Registro audiovisual: João Maria
Colaboração na dramaturgia: Helena Albergaria
Textos do programa: Sérgio de Carvalho e Maria Lívia Goes
Produção: Périplo
Assistência de direção, dramaturgia e pesquisa: Maria Lívia Goes
Dramaturgia e direção: Sérgio de Carvalho