De Juan José Campanella e Emanuel Diez, O que esperar de uma reunião de condomínio?
O sucesso absoluto de público e crítica na Argentina de O Que Faremos com Walter? é motivado pelo humor ácido e inteligente de Juan José Campanella, vencedor do Oscar por O Segredo dos seus olhos. Junto com Emanuel Diez transformam uma situação corriqueira de uma reunião de condomínio numa comédia absoluta, onde algumas vezes o espectador ri para não chorar das situações, atitudes e palavras proferidas na reunião extraordinária para saber o que fazer com o funcionário sexagenário.
Os produtores Leonardo Miggiorin e Danny Olliveira entregaram para Jorge Farjalla a missão de dirigir o espetáculo aqui no Brasil. Farjalla é um dos diretores mais comentados na cena teatral por sua inovadora e certeira visão de encenar textos clássicos e contemporâneos, assim como fez em seus últimos premiados espetáculos, sucesso de público: Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças e O Mistério De Ìrma Vap.
O espetáculo é apresentado pela Bradesco Seguros, por meio do Circuito Cultural Bradesco Seguros.
Na montagem de Farjalla, o cenário é uma espécie de mausoléu/portaria, impondo aos condôminos uma quase prisão, onde deverão discursar sobre seus posicionamentos discutidos, tendo que encarar o outro. “A ação ganha mais força pelo uso dos signos das cores, aqui representada nos figurinos em uma alusão ao Flicts de Ziraldo”, nos adianta o diretor, admirador do autor e do texto, completa “O Que Faremos Com Walter? é sobre a necessidade de olhar para o outro sem o enxergar, condição em que vivemos diariamente em nossas redes sociais, nos aplicativos de relacionamento, nas mesas de bar, em casa.”
Quem viverá Walter, o Zelador, será o ator Elias Andreato, que volta aos palcos depois de um longo período dedicando-se à escrita e direção. E não poderia encontrar melhores personagem e montagem para tal feito.
Para dar vida aos condôminos, ao Zelador e o surpreendente aparecimento de uma irmã, os produtores e o diretor, reuniram um elenco notável. Norma Blum, que em março de 2023 (mês das mulheres) completa 70 anos de carreira, Flávio Galvão (Tieta, Cambalacho, Força de Um Desejo, Império, A Bíblia), Marcello Airoldi (no teatro, Amor Profano, A Queda, de sua autoria, Misery. Na Televisão, entre tantos, Belíssima, Novo Mundo, Viver a Vida Prêmio Quem por Viver a vida), Grace Gianoukas (Terça Insana, Haja Coração, Salve-se Quem puder, Grace em Revista, Dercy), Marianna Armellini (Olívias na Tv, Ti Ti Ti, Vai que Cola, Salve-se Quem Puder) e Fernando Vitor ( No teatro Mary Stuart, Terremotos, Mãe Coragem) e Elias Andreato (com 46 anos de carreira e algumas dezenas de personagens marcantes no teatro, como em A Gaivota, Diário de Um Louco, Artaud, O Avarento, Van Gogh, Estado de Sítio, Amigas, Pero No Mucho, Pessoa. Na televisão, A Grande Família e Beleza Pura).
Moradores do condomínio convocam uma reunião extraordinária para decidirem o que fazer com Walter, zelador do edifício há anos.
O início, tudo é amenidade. A comicidade começa quando discussões sérias, referente aquele condomínio, são expostas, o que também induz o público à emoção.
Todo tipo de absurdos, que faz o público rir de situações constrangedoras, são expostas. Um fato inesperado acontece. A chegada da irmã gêmea do Zelador também é uma linha condutora da história. As discussões entre os personagens contem palavras com viés ideológico, apontam traições e atitudes diferentes entre as gerações.
O texto aborda a questão do idoso. Traz à tona um tema importante, o ETARISMO, de forma leve, mas, questionadora. E convida o público a refletir sobre a maneira que convive com seus idosos.
A comédia escrita pelos argentinos Juan José Campanella e Emanuel Díez, traz de forma irreverente, o cotidiano vivido por tantos condôminos. Uma reflexão sobre nossos comportamentos e, quem sabe, mudar a partir daí. Ou não. Enfim.
E uma pergunta que não quer calar: o que aqueles condôminos farão com Walter?
Ficha Técnica:
Autores: Juan José Campanella e Emanuel Diez
Tradução: Diogo Villa Maior
Direção e encenação: Jorge Farjalla
Assistente de direção: Leonardo Miggiorin
Elenco: Elias Andreato, Grace Gianoukas, Marcello Airoldi, Mariana Armellini, Fernando Vitor
Atores convidados: Norma Blum e Flávio Galvão
Alternante Norma Blum: Vivian Barabani
Coordenação de produção: Leonardo Miggiorin
Direção de produção: Danny Olliveira
Figurinos e adereços: Jorge Farjalla
Assistente de figurino: Igor Dib e Leonardo Miggiorin
Iluminação: César Pivetti
Operador de luz: Luiz Fernando
Cenário: Marco Lima
Cenotecnica: Casa Malagueta (Alício Silva, Giorgia Massetani, Igor B Gomes, Bruno Leandro, Mariana Maschietto, Dandhara shoyama, Hebrom Barbosa, Júlia Leandro, Demi Araújo, Julia Morinaga, Daniel Cantanhede, Helio Jr
Contra-regra: Hugo Peak
Trilha sonora original e produção musical: Daniel Maia Designer
Operador de som: Fernando
Fotografia: Caio Gallucci
Fotografia Leitura Auditório do Man: Abner Palmas
Filmagens e edições: Amílcar Neto e Lucas Lyrio
Identidade visual e Designer Gráfico: José Godoy
Visagismo: Dicko Lorenzo
Camareira: Silvia Lopes
Costureira: Juditi de Lima e equipe
Planejamento de comunicação: Danny Olliveira e Priscilla Coutto
Gestão de Midia e Marketing Cultural: Rodrigo Medeiros (R+Marketing)
Assistente de produção: Igor Dib
Assistente de produção (etapa 1): Ton Prado
Assessoria de imprensa: Morente Forte Comunicações
Produção executiva: Leonardo Miggiorin, Danny Olliveira, Priscilla Coutto e Igor Dib
Assessoria de prestação de contas: Jones
Contabilidade: Alberto Henrique Lemos – Contábil Business
Assessoria jurídica: Edmundo Pires
Administração: LM Produções Artísticas
Assistente de produção: Igor Dib e Amanda Mendes
Produtores: Leonardo Miggiorin e Danny Olliveira
Idealização: Danny Olliveira
Realização: LM Produções Artísticas e Pólen Cultural
Sessão popular com tradução de libras dia 05/03
Texto disponibilizado pela produção do espetáculo.