Inf Peças
UM DIA A MENOS
Margarida Flores (Ana Beatriz Nogueira) vive só desde que sua mãe morreu, na mesma casa onde nasceu e cresceu. A funcionária doméstica da vida inteira está de férias, não há mais ninguém por perto, e ela tem diante de si a árdua tarefa de atravessar mais um dia inteiro sozinha, dentro de casa. Ela cumpre seus rituais diários, esquenta sua comida, almoça, torce para que o telefone toque, e vai buscando o que fazer até a hora do jantar, quando finalmente anoitece e pronto, um dia a menos. Até que, esgotada pela repetição infinita, Margarida tem um rompante inesperado.
DESOBEDIÊNCIA
Desobediência é uma peça inédita de Renata Mizrahi livremente inspirada no livro “Passaporte Para a Vida”, de Yukiko Sugihara. A peça conta, de forma não-linear, a jornada de Chiune Sugihara, representante do consulado japonês na Lituânia que, em plena Segunda Guerra Mundial, forneceu de forma não autorizada mais de 2 mil vistos para judeus refugiados da Polônia, desobedecendo às ordens do Japão, aliado da Alemanha e Itália. Os 2 mil vistos se transformaram em mais de 6 mil vidas judias salvas na guerra. A história é contada pelo ponto de vista da esposa Yukiko: a saída do casal do Japão, a chegada à Europa, os filhos, os privilégios que tiveram na guerra, a desobediência ao consulado japonês, a derrota, a fuga, a prisão, a volta ao Japão e o reconhecimento de Chiune como um aliado da vida. O texto é um drama, com doses de humor.
MACBETH EM CORDEL OU A PEÇA DO INOMINÁVEL
Baseado na tragédia escrita entre 1603 e 1606, a peça começa com o regresso do nobre Macbeth, após a vitória de seu exército numa guerra civil. No meio do caminho, três bruxas o abordam e profetizam que ele será o próximo rei da Escócia. Ao contar a notícia para sua esposa, eles planejam o assassinato do rei Duncan, primo de Macbeth, para usurpar a coroa. Macbeth é conhecida por ser a tragédia da ambição desmedida, permeada de assassinatos, loucura e paranoia. A montagem ganhou os contornos do cordel por Lafayette Galvão e Gilberto Loureiro, e teve adaptação final de Ledier e Mastropasqua. A nova roupagem mantém a poética e o poder imagético do texto.
FAME
"Fame - O Musical" conta a história de um grupo de jovens da prestigiada High School for the Performing Arts, de Nova York, desde sua admissão, em 1980, ate sua formatura em 1984. Todas as lutas, alegrias e anseios – do preconceito a desilusão – são retratados com foco nítido, enquanto os jovens artistas navegam pelos mundos da musica, do teatro e da dança. “Fame fala exatamente sobre o que este elenco esta vivendo agora. E quase uma representação de si mesmo. A identificação é imediata. Fala de sonhos, aspirações, inspirações e sobre questões pertinentes que todos passam ao longo da carreira e, principalmente, sobre o conflito “ofício versus fama”, ou seja, aqueles que buscam se aprofundar na profissão e os que só querem ser famosos e conquistar o grande publico”, explica Caio.
HILDA E CAIO
Peça ficcional baseada em episódios e personagens reais. No início da década de 70, perseguido pela ditadura civil-militar em virtude de sua literatura homoerótica, Caio Fernando Abreu exila-se na Casa do Sol, residência campestre de Hilda Hilst em Campinas, antes de fugir para a Europa. Diante dos acontecimentos recentes, ele decide parar de escrever e acaba confrontado pela amiga, que, mesmo desencantada pela falta de leitores e pela crise editorial, acredita que os dois têm a missão de continuar produzindo literatura.
- Quarta21h
O ANDANTE
O Andante, o texto é poético e conta a história de um andarilho, catador de livros, reciclante de poesias, carroceiro das palavras. Perdido dentro de si entre o real e o imaginário. Um homem imerso em seus pensamentos e sentimentos, falando verdades de uma maneira quase filosófica. Com sua inquietação, “O Andante” provoca quem o ouve, instigando a discussão das verdades estabelecidas pela sociedade. A linguagem poética do texto, também relembra a necessidade da leitura e da arte.
- Sábado21h
HÁ MAIS REVOLTA DO QUE VÍRUS NO MEU SANGUE
Em cena, as memórias são cartografias de um corpo em movimento, revelando na trajetória concepções de um mundo fragmentado entre o consciente e o inconsciente. Misturando elementos autobiográficos dos intérpretes e cenas ficcionais, a peça revisita os 40 anos de epidemia do HIV/AIDS ao mesmo tempo que propõe um exercício de futuridade para combater as marcas sociais em torno da doença.
OTELO, O OUTRO
"Otelo, o Outro" representa um homem inventado como "negro" pelo olhar ocidental, um sujeito que se submete a esse olhar, tentando se integrar por inteiro - "de corpo e alma", como se diz. O casamento com Desdêmona - uma mulher branca da elite - é a metáfora dessa entrega incondicional a um sistema de valores e a comportamentos que o estigmatizam como "o mouro", ao mesmo tempo que se serve dele. A cegueira do ciúme é uma alegoria dessa apaixonada adesão. Sua corporeidade, portanto, é o índice e o limite que o separa irrevogável e irreversivelmente desse "Ocidente" que ele deseja literalmente incorporar. A releitura, porém, fala de uma consciência dividida que, aos poucos, mas não sem muita dor, vai percebendo a origem do conflito que a fustiga. Ela reflete também sobre os mecanismos que recalcam a ancestralidade inscrita no corpo, repugnada pela sociedade à qual o "mouro" aspira, caminhando para o desfecho trágico da morte - mas não da morte do corpo.
- Sexta20h
- Sábado20h
- Domingo18h
MÃE FORA DA CAIXA
Na trama, uma mulher que já tem uma filha com sete anos aguarda ansiosa em seu banheiro pelo resultado de um novo teste de gravidez. “A grande sacada da peça para mim se passa nesses 5 minutos em que a protagonista está no banheiro. São instantes em que cabe uma vida inteira, o mundo de pensamentos, as lembranças, os pensamentos contraditórios. É isso que acontece na cabeça e no coração de uma mãe e que tentamos trazer para a encenação”, revela a diretora Joana Lebreiro.
- Sexta20h
- Sábado20h
- Domingo19h
A ALMA IMORAL
A peça desconstrói e reconstrói conceitos milenares da história da civilização - corpo e alma, certo e errado, traidor e traído, obediência e desobediência. Sozinha no palco, Clarice Niskier conta histórias e parábolas da tradição judaica, valendo-se somente de uma cadeira e um grande pano preto que, concebido pela figurinista Kika Lopes, transforma-se em oito diferentes vestes – mantos, vestidos, burcas. O espaço cênico concebido por Luis Martins é limpo e remete a um longo corredor em perspectiva.
QUANDO O DISCURSO AUTORIZA A BARBÁRIE
Quando o discurso autoriza a barbárie desvela, em cena, muito desse conjunto de visualidades e enunciados que sustenta a violência estatal e institucional no Brasil contemporâneo. Ao radicalizar a pesquisa ético-estética desenvolvida nos últimos anos, a Companhia de Teatro Heliópolis aposta numa encenação híbrida, apoiada no desdobramento de imagens-síntese, em que os corpos das atrizes e dos atores em diálogo com o próprio espaço cênico e suas materialidades compõem o eixo dramatúrgico principal. E assim põe em xeque a organização lógica de eventos que compõem a história oficial do Brasil.
- Sábado20h
- Domingo19h
TRINTA ANOS ESTA NOITE OU O ESPELHO NEGATIVO
Acompanhada de um músico/ator, Dulce Muniz interpreta um texto que faz a relação entre momentos significativos de sua vida e a história mais recente do Brasil. Um solo teatral que aborda como tema a dor feminina, suas manifestações e simbolismos. Junto disso, a relação da atriz com a Síndrome de Fibromialgia se mostra presente e conduz o espetáculo por outras dores e experiências, como a tortura, desaparecimento de presos políticos e a vida de mulheres, negros e indígenas.
ZEROS E UNS – UMA ÓPERA PERIFÉRICA
Durante um dia de trabalho no trem do Rio de Janeiro, dois velhos (des)conhecidos se esbarram no vagão. “Zero”, um universitário que faz arte para custear suas passagens até a faculdade, se reafirma artista para “Um”, vendedor ambulante que circula pelos transportes públicos da cidade. Suas ideologias se chocam e o conflito é imediato. Qual deles é o maestro que vai conduzir essa narrativa reflexiva, verossimilhante, cheia de musicalidade? E, além de tudo, qual deles é e qual deles pode se considerar artista nesse país?
O LEGÍTIMO PAI DA BOMBA ATÔMICA
O texto, inspirado na história real do físico judeu húngaro Léo Szilárd e na sua participação na construção da primeira bomba atômica, traz para a cena as figuras de sua esposa, a médica Gertrude Weiss, e diversos personagens históricos, entre eles Albert Einstein, o presidente americano Harry Truman, o general Groves, e vários outros que direta ou indiretamente colaboraram para a construção da bomba e para seu lançamento que resultou no extermínio de centenas de milhares de pessoas em Hiroshima e Nagasaki.
VAGAMUNDO
Baltazar, Gaspar e Melchior chegam à cidade grande, e ao se deparar com a dureza da rotina urbana precisam fazer algo pra ganhar a vida e sobreviver, mas a que custo? Recheado com a figura e o jogo do palhaço, VAGAMUNDO traz leveza às questões claras e caras à existência humana: de quem e pra quem foi feito o mundo em que vivemos? Quem é o dono da vida? Quem é o dono da morte?
- Sexta20h30