Abrindo a programação teatral do Teatro Porto em 2023, o premiado musical Jacksons do Pandeiro, com a Barca dos Corações Partidos e artistas convidados.
Os integrantes da Barca (Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos, Eduardo Rios e Ricca Barros) dividem a cena com artistas convidados: Jef Lyrio, Everton Coroné, Lucas dos Prazeres e Luiza Loroza. A montagem venceu o prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro) e foi indicado como melhor espetáculo virtual pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes).
“Optamos por distribuir a ação em brincantes que contam pedaços de suas histórias pessoais, as quais em muitos pontos coincidem com a história de Jackson. Falando de Jackson, falamos desses nordestinos anônimos. Falando deles, falamos do cantor e compositor que levou a vida deles para as rádios e as TVs, em forma de cocos e baiões”, analisa o autor paraibano Braulio Tavares, que assim como seu colega de trabalho pernambucano Eduardo Rios, tem profunda relação com a cultura nordestina e sua poesia popular.
Ainda sobre a dramaturgia, Tavares explica: “Às vezes, o texto do espetáculo aparece em forma de música, às vezes como uma poesia ou um poema musicado. Cada vez que ele aparece, ele propõe uma nova brincadeira rítmica – mesmo não tendo uma métrica de poesia – por meio de um jogo de palavras ou outro mecanismo. A nossa ideia é fazer isso para dialogar com as músicas do Jackson, que tinham poesia, brincadeira e alegria”.
O universo rítmico do homenageado norteou toda a concepção do musical. A diretora Duda Maia aprofundou sua pesquisa sobre a ideia de ‘corpo-rítmico’ dos atores, ao abordar um compositor cuja obra é marcada pelo suingue, ginga e síncope, aquele tempo musical presente no samba e em outros gêneros, quando o ritmo sai do tempo esperado.
Já a construção da trilha sonora da montagem partiu de uma minuciosa investigação sobre o vasto repertório de Jackson do Pandeiro. O musical reúne sucessos como ‘Sebastiana’, ‘O Canto da Ema’, ‘Chiclete com Banana’, ‘Cantiga do Sapo’ e outras composições menos conhecidas, que revelam mais da alma brasileira e sincopada do artista.
Além dessas canções, o musical traz músicas novas, que transformam a obra do homenageado, ao dar novos arranjos, acrescentar letras e introduzir canções criadas no processo. “É um ‘pedir licença’ à obra dele, mas sem deixar de homenageá-lo com todo respeito, carinho e admiração”, conta Eduardo Rios.
Assim como nas montagens anteriores da Barca, em Jacksons do Pandeiro todos os instrumentos são tocados pelos atores em cena. “Trazemos a forma sincopada do canto para o jogo de cena o tempo todo. Em nosso título, Jacksons aparece no plural porque são várias histórias que se cruzam e se confundem com a de Jackson”, conta Duda Maia.
A diretora revela ainda que dividiu o palco em dois espaços cenográficos, nos quais os atores brincam com seus diferentes níveis e alturas. Como Jackson era fã de filmes de faroeste, ela concebeu a encenação de algumas canções como pequenos curtas-metragens ou clipes animados, apresentados em um local que remete a uma tela de cinema.
Ficha Técnica:
Direção: Duda Maia. Texto: Braulio Tavares e Eduardo Rios.
Direção musical e arranjos: Alfredo Del-Penho e Beto Lemos.
Idealização e direção de produção: Andréa Alves.
Com a Cia. Barca dos Corações Partidos: Adrén Alves, Alfredo Del-Penho, Beto Lemos, Eduardo Rios e Ricca Barros e os artistas convidados Jef Lyrio, Everton Coroné, Lucas dos Prazeres e Luiza Loroza.
Assistência de direção: Carol Futuro.
Figurinos: Kika Lopes e Rocio Moure. Cenário: André Cortez.
Iluminação: Renato Machado.
Design de som: Gabriel D’Angelo. Visagismo: Uirandê Holanda.
Assistente de figurino: Masta Ariane.
Assistente de cenografia e produção de arte: Tuca Mariana.
Cenotécnico: André Salles.
Costureiras: Carmelita, Deyside Rios e Fátima Félix.
Coordenação de produção: Rafael Lydio.
Produção local e executiva: Flávia Primo.
Produtor assistente: Matheus Castro.
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio.
Não haverá sessões nos dias 17, 18 e 19/02
Texto disponibilizado pela produção do espetáculo.