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Festival de Teatro de Curitiba espera bater o recorde dos 200 mil ingressos vendidos até 7 de abril

A maior mostra de arte cênicas do país, aberta nesta segunda com o duelo dos bois Garantido e Caprichoso, recebe ainda Marco Nanini, Renato Borghi, Fábio Porchat, Bete Coelho e Deborah Colker

Notícias Por Dirceu Alves Jr.

O 32º Festival de Teatro de Curitiba convida o público a descobrir a Amazônia ou, pelo menos, as manifestações culturais pouco divulgadas no resto do Brasil de uma região rica em cultura e diversidade. A maior mostra de artes cênicas do país foi aberta na noite desta segunda, 25 com o espetáculo Duelo da Amazônia, O Auto do Boi Garantido e do Boi Caprichoso, reprodução da toada do Festival Folclórico de Parintins, até então inédita na região sul. Cerca de outras 300 atrações serão vistas na capital paranaense até 7 de abril.

Foto: Divulgação

Nada mais simbólico para uma edição que pretende traçar uma ponte entre o eixo amazônico e Curitiba e selecionou pelo menos outros três espetáculos da região, Ta – Sobre Ser Grande, da Cia. Corpo de Dança do Amazonas, o musical Cabaré Chinelo, da Cia. Ateliê 23, e Ühpü, misto de performance e ritual xamânico com artistas indígenas e não-indígenas. “O festival sempre olhou para todos os lados do país e, como buscamos trabalhar a diversidade, não tem como não ampliar fronteiras e trazer a cidade tudo o que é feito no Brasil”, diz Fabíula Passini, umas das diretoras do evento. “No ano passado, eu fui ao Festival de Teatro da Amazônia, realizado em Manaus, e fiquei impressionada com a pluralidade das manifestações artísticas.”

Curitiba se prepara para bater o próprio recorde em 2024 e superar as marcas superlativas da edição anterior. O festival do ano passado registrou a circulação inédita de 200 mil pessoas nas quase 350 atrações oferecidas durante o evento. “O crescimento do público foi reflexo de uma programação abrangente e voltada para espectadores diversos, inclusive aqueles que não frequentam ou tinham abandonado as salas de espetáculos”, comenta Fabíula. “Buscamos o que é tendência, as vanguardas, mas não esquecemos daqueles espetáculos capazes de agradar a uma plateia abrangente e que aguarda com curiosidade o festival.”

Foto: Ale Catan – Cena do espetáculo “Mutações” com Luís Melo

A expectativa de, no mínimo, bater os 200 mil espectadores não é excesso de otimismo. Desde que as bilheterias foram abertas, há um mês e meio, houve uma grande procura e vários dos 22 espetáculos da Mostra Lúcia Camargo, a principal do evento, tiveram os bilhetes evaporados. Em estreia nacional, a comédia Agora é que São Elas!, reunião de esquetes escritos e dirigidos por Fábio Porchat, é um deles. As atrizes Maria Clara Gueiros, Júlia Rabello e Priscila Castello Branco sobem ao palco do Teatro Guaíra nas noites desta terça, 26, e quarta, 27, com todos os 2,8 mil lugares vendidos há pelo menos quinze dias.

Vale também para Traidor, espetáculo escrito e dirigido por Gerald Thomas para o brilho do ator Marco Nanini, atração dos dias 29 e 30, e a comédia Duetos, com Eduardo Moscovis e Patricya Travassos, prometida para 3 e 4 de abril, no mesmo Guairão. Mutações, protagonizada por Luís Melo, Apenas o Fim do Mundo, dos pernambucanos da Cia. Magiluth, Cabaré Coragem, dos mineiros do Grupo Galpão, e o musical curitibano O Fantasma de Friedrich – Uma Pop Ópera Punk, com direção cênica de Dimis e musical de Enzo Veiga, são exemplos de atrações que, inclusive, depois de totalmente vendidas, abriram sessões extras. “No ano passado, também lotamos a maioria das peças, mas, neste ano, os ingressos foram procurados muito antes, o que é um sinal de que as pessoas estavam ansiosas pelo festival e decidiram se antecipar”, explica Fabíula.

Foto: Matheus José Maria – Cenas do espetáculo “Traidor” com Marco Nanini

A curadoria da Mostra Lúcia Camargo é desenvolvida pela atriz e produtora Giovana Soar, a pesquisadora Daniele Sampaio e o crítico Patrick Pessoa, que garimpam as atrações em outros festivais e nos palcos das principais capitais. Entre as estrelas desta edição ainda figuram o ator Renato Borghi, que lidera o elenco que O que nos Mantém Vivos?, cartaz do Teatro da Reitoria nos dias 2 e 3, o mesmo palco que recebe Bete Coelho e Georgette Fadel em Ana Lívia, nesta terça, 26, e quarta, 27. Nos mesmos dias, o ator Kiko Mascarenhas protagoniza o solo Todas as Coisas Maravilhosas no Teatro Zé Maria.

Na área da dança, o destaque é a Companhia Deborah Colker com Sagração, nos dias 6 e 7, no Teatro Guaíra. Macacos, celebrado solo do ator Clayton Nascimento, programado para os dias 4 e 5, no Sesc da Esquina, e Manifesto Transpofágico, com a atriz e ativista Renata Carvalho, que se apresenta na quarta, 27, e na quinta, 28, no Teatro Paiol, são outras montagens com intensa procura.

Foto: Vivian Gradela – Cena do espetáculo “Cabaré Chinelo”

O chamado Fringe, evento paralelo à programação oficial, inspirado na vitrine alternativa do Festival Internacional de Edimburgo, juntou 280 montagens vindas das cinco regiões brasileiras e de outros países, como Argentina, Bolívia, Chile e Peru. As companhias de teatro, circo, música e dança participam por meio de cadastro e não passam pelo crivo da curadoria do festival. As apresentações são em teatros, parques, praças e ruas de Curitiba e da região metropolitana, mobilizando 1800 artistas e técnicos.

Fabíula destaca que as vendas dos ingressos da Mostra Lúcia Camargo e do Fringe costumam correr em paralelo, mas, certamente, o fato de tantas atrações terem se esgotado com antecedência reverbera em uma procura maior pelas atrações alternativas. “As vendas da Mostra Lúcia Camargo puxam o Fringe com certeza, mas é muito comum quem compra dois ou três espetáculos da grade principal levar um ou dois para o Fringe, por isso o processo vai caminhando junto e já temos atrações do Fringe esgotadas também”, completa Fabíula.

Nota: As informações e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade de seu/sua autor(a), cujo texto não reflete, necessariamente, a opinião do INFOTEATRO.

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Dirceu Alves Jr.

Dirceu Alves Jr.

É jornalista, escritor e crítico de teatro, trabalhou em Zero Hora, IstoÉ Gente e Veja São Paulo e publicou os livros Elias Andreato, A Máscara do Improvável (Humana Letra) e Sérgio Mamberti, Senhor do Meu Tempo (Edições Sesc).

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