BOA NOITE BOA VISTA

Solo Boa Noite Boa Vista retrata imigração em Roraima e estreia no Sesc Pompeia em janeiro de 2023

Com direção de Antonio Januzelli, espetáculo nasce da experiência do próprio ator e dramaturgo Eduardo Mossri e encerra trilogia de peças sobre refúgio e direitos humanos

“Nós, os recém-chegados, representamos a força de viver de nossos antepassados, para agregar no solo onde chegamos, mas isso somente se mantivermos a nossa identidade” – trecho da peça 

Mais do que nunca é fundamental discutir a questão da imigração, sobretudo diante de episódios trágicos como a guerra na Ucrânia e o refúgio de milhares afegãos fugidos do Talibã. Este é justamente foi o tema escolhido pelo ator e autor Eduardo Mossri como ponto de partida para o solo Boa Noite Boa Vista, com direção de Antonio Januzelli, que estreia no Sesc Pompeia no dia 17 de janeiro de 2023.

O trabalho encerra uma trilogia de solos teatrais estrelada por Mossri sobre imigração, interculturalidade e a valorização dos Direitos Humanos. A sequência é composta ainda pelos bem-sucedidos monólogos “Ivan e os Cachorros” (2012), da inglesa Hattie Naylor, e “Cartas Libanesas” (2015), do paulista José Eduardo Vendramini, que foram apresentados em diversos festivais no Brasil e no exterior e concorreram a prêmios como Shell, APCA e Aplauso Brasil.

A dramaturgia de Boa Noite Boa Vista surge da experiência vivida pelo próprio Eduardo Mossri, que, em 2020, viajou a Roraima com apoio do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados do Brasil para conhecer de perto a vida de imigrantes, em sua maioria venezuelanos, que deixaram sua terra-natal fugindo da grave crise socioeconômica e política enfrentada pelo país nos últimos anos.

Na ocasião, o ator tinha acabado de encerrar sua participação na novela “Órfãos da Terra” (2019), de Duca Rachid e Thelma Guedes, da Rede Globo, que também tratou dessa questão.

O solo ainda é motivado pelas comemorações aos 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 2023. Esse documento é fundamental para nos lembrar sobre os horrores ocorridos durante a II Segunda Guerra Mundial para que algo assim não se repita no futuro.

“A julgar, infelizmente, por esse movimento atual e mundial de força retrógada e antidemocrática, a necessidade de reavivar os direitos essenciais a todos os seres humanos se faz ainda mais vital, como: o direito à vida, à liberdade, à segurança pessoal, o direito de não ser mantido em escravidão ou servidão, nem submetido a tortura”, filosofa Mossri.

Sobre a encenação 

Apoiada em um encontro entre os relatos de imigrantes, as reflexões de Mossri sobre essa questão da imigração e a recriação poética das histórias, a dramaturgia surge com o intuito de lançar um olhar sensível para as milhares de pessoas que são obrigadas a saírem de seus países e enfrentam a xenofobia e condições precárias para tentarem sobreviver em sua nova terra.

Estruturalmente, a dramaturgia segue um caráter de saga, jornada, uma grande viagem que tem como guia esse narrador que conta e que recria, que narra e revive, em um refinado jogo de épico e dramático. Para tal, o texto é dividido em três camadas: o diário de bordo, a recriação das histórias vividas e as histórias criadas com o público.

O ator, em um palco totalmente vazio, recebe esse público e estabelece desde o início uma relação franca e direta com a plateia, baseando-se em uma presença viva de convívio mútuo, um “eu, nós, aqui e agora”. O que permitirá desenvolver o conceito de “peça-conversa”, que por vezes conta, por outras vive, para em seguida ouvir esse público, numa profunda comunhão.

O convite à imaginação é um forte aliado dessa encenação, sob o comando do diretor Antônio Januzelli, em mais um trabalho que faz uso do “laboratório do ator”, como busca de uma memória original. Abrindo mão de qualquer efeito espetaculoso, o intérprete se concentra no uso da palavra e de sua imediata corporificação, dividindo-se entre os inúmeros personagens, variando músicas e modulações vocais, sem nunca perder de vista a comunicação com o outro.

Ficha Técnica 

Texto: Eduardo Mossri
Direção: Antonio Januzelli
Atuação: Eduardo Mossri
Iluminação: Marisa Bentivegna
Figurinos: A Equipe
Interlocução Dramatúrgica: José Eduardo Vendramini, Camila Valiengo, Karen Menatti e Carolina Fabri
Designer Gráfico: Filipe Anjo
Fotos: Soraia Costa
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção executiva: Myriam de Queiroz Telles
Produção: Eduardo Mossri e BOBOX Produções
Idealização: Eduardo Mossri e Antonio Januzelli

 

Acessibilidade: espaço acessível a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

 

Texto disponibilizado pela produção do espetáculo.

 


Detalhes
  • Status
    Encerrada
  • Temporada
    17/01/2023 - 17/02/2023
    ter a sex 20h30 
  • Duração
    60 minutos
  • Valor
    R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia) / R$ 9 (credencial plena)
  • Teatro/Espaço
    • Sesc Pompeia
      R. Clélia, 93, Água Branca, São Paulo/SP - 05042000
  • Possui cafeteria?
    Sim
  • 12
    Classificação Indicativa
    Não apropriado para menores de 12 anos
Detalhes
  • Status
    Encerrada
  • Temporada
    17/01/2023 - 17/02/2023
    ter a sex 20h30 
  • Duração
    60 minutos
  • Valor
    R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia) / R$ 9 (credencial plena)
  • Teatro/Espaço
    • Sesc Pompeia
      R. Clélia, 93, Água Branca, São Paulo/SP - 05042000
  • Possui cafeteria?
    Sim
  • 12
    Classificação Indicativa
    Não apropriado para menores de 12 anos