Grupo Garagem 21 faz nova temporada de sua versão feminista de Dias Felizes, de Samuel Beckett, no Teatro do Núcleo Experimental em setembro
A peça traz a história de Winnie, uma mulher de 50 anos que dialoga de modo otimista sobre um passado glorioso e a esperança de dias melhores. Nessa condição precária, em um cenário desértico, ela se agarra às palavras e a seus últimos pertences para enfrentar a passagem do tempo e comandar seu universo de esperanças contraditórias com a realidade em que está inserida.
Na montagem, a violência do patriarcado, assim como as imposições relacionadas à construção do feminino, tornam-se o centro das discussões. Segundo o diretor, a voz que se ouve na peça é de Winnie, que o tempo inteiro retorna à expectativa de felicidade enquanto narra possibilidades de afeto perdidas no passado e a aridez do estado presente. Além da imobilidade ao estar enterrada, a memória é falha, o sol é constante e seu marido, interpretado por Edgar Castro, permanece indiferente, ao fundo da cena, absorto na leitura de manchetes de velhos jornais.
Ficha Técnica:
Texto: Samuel Beckett
Direção e trilha sonora: Cesar Ribeiro
Atuação: Lavínia Pannunzio e Edgar Castro
Cenografia: J. C. Serroni
Desenho de luz: Domingos Quintiliano
Figurinos: Telumi Hellen
Visagismo: Louise Helène
Direção de produção: Marisa Medeiros
Coordenação geral de produção: Edinho Rodrigues
Fotos: Bob Sousa
Assessoria: Pombo Correio
Realização: Grupo Garagem 21, Brancalyone Produções, Mecenato Moderno e Lei Paulo Gustavo do estado de São Paulo