Você está na cidade de:

O CACHORRO QUE SE RECUSOU A MORRER

Memórias de um imigrante libanês no Brasil são a base da peça “O Cachorro que se Recusou a Morrer”, de Samir Murad, criado a partir de suas histórias familiares

Solo faz parte da mostra “Teatro, Mito e Genealogia”, da Cia Cambaleei, mas não caí…, em cartaz Teatro Glauce Rocha, em junho, dentro do Programa Funarte Aberta

O argumento de “O Cachorro que se Recusou a Morrer”, espetáculo do ator e autor Samir Murad, que divide a direção com Delson Antunes, deriva de suas memórias e das histórias contadas por seu pai, um imigrante libanês em sua luta pela sobrevivência numa terra estranha. Conflito, êxodo, o novo mundo, casamento por encomenda, saúde mental afetada, são conteúdos que, como um mascate andarilho, o ator mambembe carrega em sua mala e

pretende vender ao seu público. Dessas referências nasce um contato intimista e revelador entre o artista e o espectador.

Um casamento por encomenda e a tríade formada pelo pai, a mãe e a irmã mais velha, afetada mentalmente por uma criação violenta, são algumas marcas que perpassam toda a relação familiar do autor-ator, extraídas de suas memórias e de relatos gravados pelos próprios familiares, antes de falecerem. Conflitos pessoais que reverberam no público, ajudando a resgatar memórias, sentimentos e emoções, por meio de recursos cênicos, apoiados no trabalho do ator, que itinera por distintos registros de atuação que vão da comédia ao drama, com ênfase no trabalho corporal e vocal.

O texto e a cena, através de uma linguagem poética e metafórica, trazem à tona aspectos tradicionais da cultura árabe, forjada em dogmas religiosos e machistas que surpreendentemente permeiam boa parte das famílias brasileiras. Projeções de imagens fundidas com a forte presença da trilha sonora, criam uma atmosfera onírica, repleta de signos e símbolos que envolvem o espectador em um mergulho pessoal e profundo em sua própria genealogia.

O texto-espetáculo faz ainda menção aos anos de chumbo da ditadura militar brasileira, tentando mostrar como o fantasma da alienação política, pode reforçar o Medo no âmbito da Família, principalmente entre os imigrantes. Partindo do núcleo familiar para o sociopolítico, o espetáculo traz à tona questões atuais como Imigração, guerras, doenças advindas dos choques culturais e se propõe a discutir na forma orgânica de uma atuação visceral, o conceito árabe de Maktub, que afirma que o Destino, está escrito. Discute assim, de forma lúdica, questões filosóficas como o caminho do meio, o meio do caminho, o caminho possível, enfim, escolhas que nos assaltam nesse momento plural de uma pós-modernidade estilhaçada, na Vida e no Teatro.

Após temporadas de sucesso em 2023 e 2024, nos teatros do Centro Cultural Justiça Federal, Café Pequeno, Dulcina, Brigitte Blair, ASA e Marilu Moreira, todos no RJ e cidades próximas , o espetáculo pretende levar seu ator mambembe para todo o Brasil.

“Quero lhes apresentar essa história porque acredito que ela cumpre a função essencial do Teatro: emocionar e provocar uma reflexão sobre a condição humana. Depois da trilogia Teatro, Mito e Genealogia – a partir de uma pesquisa de linguagem cênica, baseada em conceitos e práticas teatrais de Antonin Artaud –, representada pelos meus trabalhos anteriores: Para Acabar de Vez com o Julgamento de Artaud (2001); Édipo e seus Duplos (2018); e Cícero – A Anarquia de um Corpo Santo (2019), proponho com O cachorro que se recusou a morrer uma nova forma de narrativa, mais simples, contida e essencial. Meu foco, aqui, é a alma do texto. O diálogo com o público”, declara Samir Murad.

“… e ao longe se escutava o cachorro que se recusou a morrer.”

Trecho de poema do livro O Retorno de Netuno, de Samir Murad.

O argumento de ”O Cachorro que se Recusou a Morrer”, espetáculo do ator e autor Samir Murad, que divide a direção com Delson Antunes, deriva de suas memórias e das histórias contadas por seu pai, um imigrante libanês em sua luta pela sobrevivência numa terra estranha. Conflito, êxodo, o novo mundo, casamento por encomenda, saúde mental afetada, são conteúdos que, como um mascate andarilho, o ator mambembe carrega em sua mala e pretende vender ao seu público. Dessas referências nasce um contato intimista e revelador entre artista, teatro e espectador. Após temporadas de sucesso, em teatros no Rio em 2023 e 2024, o espetáculo retorna em cartaz de 26 a 29 de junho – para somente quatro apresentações (quinta a sábado às 19h e domingo às 18h), no Teatro Glauce Rocha (Funarte), no centro do Rio, encerrando a mostra “Teatro, Mito e Genealogia”, de Samir Murad.

Um casamento por encomenda e uma tríade formada pelo pai, a mãe e a irmã mais velha, afetada mentalmente (inclusive por internações) pelo casamento sem amor dos pais. Marcas que não desvanecem e perpassam por toda a relação familiar do autor-ator, extraídas não apenas de suas memórias, mas de relatos gravados por seu próprio pai antes de falecer. Conflitos que estão em cada um de nós e ajudarão a resgatar sentimentos no público, por meio de recursos cênicos despojados, apoiados principalmente pelo trabalho de corpo e voz do ator.

O texto oscila entre o drama e o humor, trazendo à cena uma cultura machista, forjada em dogmas religiosos que até hoje permeiam a maioria dos lares brasileiros. Em alguns momentos, projeções mesclam imagens criadas com fotos reais antigas, assim como da casa onde tudo se passou, o que acentua o clima dos escombros da memória. A forte presença da trilha sonora, marca a cultura árabe familiar. Não faltam ao espetáculo os gestos, a mímica e as pantomimas que emprestam emoção à palavra.

Por trás de uma cena de família (da família do ator-autor), muitos aspectos da cultura árabe – alguns deles em gritantes conflitos com os costumes brasileiros – precisam ser revisitados. Começando pela submissão da mulher, a intolerância religiosa, o poder tribal do patriarca.

“Quero lhes apresentar essa história porque acredito que ela cumpre a função essencial do Teatro: emocionar e provocar uma reflexão sobre a condição humana. Depois da trilogia Teatro, Mito e Genealogia – a partir de uma pesquisa de linguagem cênica, baseada em conceitos e práticas teatrais de Antonin Artaud –, representada pelos meus trabalhos anteriores: Para Acabar de Vez com o Julgamento de Artaud (2001); Édipo e seus Duplos (2018); e Cícero – A Anarquia de um Corpo Santo (2019), proponho com O Cachorro que se Recusou a Morrer uma nova forma de narrativa, mais simples, contida e essencial. Meu foco, aqui, é a alma do texto. O diálogo com o público”, declara Samir Murad.

“… e ao longe se escutava o cachorro que se recusou a morrer.”

Trecho de poema do livro O Retorno de Netuno, de Samir Murad.

Sobre Samir Murad

Ator de teatro, cinema e televisão, autor e professor. É formado pela UNIRio, com pós-graduação na UFRJ, com mestrado também pela UNI-RIO. No cinema, participou de diversos longas e curtas metragens nacionais premiados. Na televisão, fez inúmeras participações na TV Globo, TV Record, Netflix e Canal Brasil. Trabalhou como dublador na Herbert Richers. Foi Professor da Faculdade da CAL. Fundou a companhia teatral Cambaleei, mas não caí…, que tem, em Antonin Artaud sua principal referência de pesquisa de linguagem cênica, inaugurada com o texto infantojuvenil de sua autoria Além da lenda do Minotauro, que também dirigiu e que foi publicado. No teatro atuou sob a direção de Augusto Boal, Bibi Ferreira, Sérgio Britto, Miguel Falabella, Paulo de Moraes, Sidnei Cruz e Gustavo Paso entre outros. Em 2001 encenou seu primeiro trabalho solo Para acabar de vez com o julgamento de Artaud e segundo a crítica de O Globo, foi um dos dez melhores espetáculos do ano. Em 2008 escreveu e encenou seu segundo solo, Édipo e seus duplos, também publicado. Em 2017, encenou, também de sua autoria O cão que sonhava lobos, um solo musical infantil, publicado com ilustrações. Em 2019 protagonizou a encenação de Educação Siberiana e estreou seu terceiro solo, Cícero – A anarquia de um Corpo Santo, que encerra a trilogia Teatro, Mito e Genealogia e que também virou livro. Em 2020 integra o elenco da novela Genesis da TV Record e apresenta seu primeiro livro de poemas e crônicas intitulado O Retorno de Netuno. Em 2022 atua em O Alienista, sob direção de Gustavo Paso, sucesso de público e crítica e em 2023 integra o elenco da novela Terra e Paixão da TV Globo e estreia seu mais recente solo O Cachorro que se Recusou a Morrer, que continua em cartaz em 2024 e que coroa como um fechamento de percurso a mencionada trilogia.

Ficha Técnica:

Criação, texto e atuação: Samir Murad
Direção: Delson Antunes e Samir Murad
Cenografia: José Dias
Figurino e adereços: Karlla de Luca
Desenho de Luz: Thales Coutinho
Trilha Sonora: André Poyart e Samir Murad
Direção de Movimento: Samir Murad
Videocenário: Mayara Ferreira
Assistente de direção: Gedivan de Albuquerque
Assessoria de Imprensa e mídias sociais: Rodolfo Abreu | Interativa Doc
Programação Visual: Fernando Alax
Fotos: Fernando Valle
Cenotécnico: Mario Pereira
Costureira: Maria Helena
Direção de produção: Fernando Alax
Produção executiva: Wagner Uchoa
Operação audiovisual: Marco Agrippa
Operação de luz: Chico Hashi
Realização: Cia Teatral Cambaleei, mas não caí…
Instagram: @samirmurad.ator Facebook: Samir Murad

Detalhes da peça

Status

Em breve

Temporada

De 26/06/2025 até 29/06/2025

Dias

  • Quinta19h
  • Sexta19h
  • Sábado19h
  • Domingo18h

Duração

70 minutos

Valor

R$40 (inteira) / R$20 (meia)

Região

Centro / Rio de Janeiro

Teatro / Espaço

Teatro Glauce Rocha - Funarte Rio
Av. Rio Branco, 179, Centro, Rio de Janeiro/RJ - 20040007

Estacionamento

Nas redondezas

Cafeteria

Não

Telefone

(21) 99968-6622

E-mail

tgr@funarte.gov.br

L

Classificação indicativa

Classificação Livre para todas idades

Galeria de fotos
Compartilhar em

Você pode se interessar

TRILOGIA KAFKA

A montagem reúne três textos curtos de Franz Kafka: em Um Artista da Fome é narrada a trajetória de um artista cujo trabalho é passar fome publicamente e que se sente excluído da sociedade após uma mudança cultural que desvalorizou seu ofício; Comunicado a uma Academia apresenta a história de um macaco falante que relata aos membros de uma academia sua transição de animal para quase humano; já em Carta ao Pai, Kafka escreve ao pai uma carta em que expõe a mágoa diante de seu autoritarismo. Abrindo a montagem ainda está o breve texto Diante da Lei, em que um homem vai até a porta da lei pedindo acesso, sempre negado. Com uma linguagem influenciada pelo teatro de Tadeusz Kantor e a linguagem de HQs e desenhos animados, o espetáculo aborda os modos com que os sistemas de violência conduzem à alienação.

de 23/05/2025 a 30/06/2025100 minà partir de R$ 20Em cartaz
  • Segunda20h
  • Sexta20h
  • Sábado20h
  • Domingo19h
Teatro Núcleo Experimental

TROCA-TROCA

Uma terapeuta tem um caso com o marido de sua paciente. Uma paciente se envolve com o ex-marido da terapeuta. E um caseiro que não aparece. Em um final de semana caótico, segredos e traições transformam uma tentativa de reacender o desejo de um casamento desgastado numa comédia de erros. Entre sessões de terapia, shows de stand-up e encontros inesperados, os personagens embarcam em um jogo perigoso de sedução, traição e autodescoberta.

de 03/05/2025 a 29/06/202570 minà partir de R$ 50Em cartaz
  • Sábado18h
  • Domingo19h
Teatro Gazeta

GEOGRAFIAS

No início, Márcia e Frederico são completos estranhos. Márcia, emocionalmente abalada por uma recente separação, encontra-se chorando em um ponto de ônibus. Frederico, observando a tristeza de Márcia, oferece a ela um lenço em um gesto de bondade. Esse simples ato de gentileza desencadeia uma conexão entre eles, e eles começam a se interessar um pelo outro, revelando aspectos novos e contrastantes de suas personalidades.

de 17/05/2025 a 22/06/2025 minà partir de R$ 35Últimos Dias
  • Sábado20h
  • Domingo18h
CPA - Centro de Pesquisa em Artes

Inf Busca Peças

Data
Preço

Este website armazena cookies no seu computador. Esses cookies são usados para melhorar sua experiência no site e fornecer serviços personalizados para você, tanto no website, quanto em outras mídias. Para saber mais sobre os cookies que usamos, consulte nossa Política de Privacidade

Não rastrearemos suas informações quando você visitar nosso site, porém, para cumprir suas preferências, precisaremos usar apenas um pequeno cookie, para que você não seja solicitado a tomar essa decisão novamente.