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CDC Vento Leste

O antigo CDM, Centro Desportivo Municipal, ao lado do posto de saúde e da escola José Bonifácio, já foi um terreno baldio e abandonado. Hoje as coisas andam bem diferentes por lá. O Clube da Comunidade (CDC) Vento Leste é o nome de rebatismo do velho CDM, em homenagem ao grupo Cultural homônimo que na década de 70 também se reuniu nesse mesmo terreno aspirando arte, cultura, poesia e comunidade.

Há muitos anos moradores e grupos artísticos realizam um grande trabalho na ocupação e revitalização daquele espaço. O terreno é da prefeitura e desde a década 90 sofria com o abandono.

Desde meados do ano 2000, um grupo de moradores da comunidade passou a cuidar do espaço e, desde então, a lutar por ele. O primeiro grupo a chegar foi o Coletivo Dolores promovendo uma ocupação artística, seguido pelo Esquadrão Capoeira, pelo Grupo de Dança da Terceira Idade, Comunidade Paraguaia, Grupo de Basquete, Futebol, mais dois grupos de Teatro a Cia Canina e o Bando, além do ônibus cultural La Pacata. Durante todo o período de ocupação tantos outros grupos e coletivos também passaram e contribuíram para sua história e fortalecimento, foram eles o NA (Narcóticos Anonimos), as Cias de Teatro Parlendas, Mãe da Rua e Albertinas.

Durante este período, após muita batalha e pressão na prefeitura, uma reforma foi conquistada dando ao espaço uma nova quadra poliesportiva, uma sala de ensaios e reuniões, uma reforma no galpão e a construção de banheiros. Acreditem, o lugar sequer tinha banheiros. Evidente que as lutas com o poder público corriam por um lado e, por outro, os esforços por organizar as atividades internas do CDC. Tudo voluntário, sem dinheiro ou qualquer infra-estrutura para continuar. Muita história, muita insistência, dificuldade e resistência: invasão do espaço, roubos, pixações e depredações. Veja um vídeo de 2013 mostrando como era o espaço.

​O CDC Vento Leste agora é um espaço cultural público de resistência situado na zona leste de São Paulo, no Jardim Triana, próximo ao metrô Patriarca.

​Quem chega ao portão de entrada do CDC se depara com um galpão grafitado. Na frente do galpão, área verde, um ônibus casa e uma cozinha caipira com fogão à lenha. Atrás do galpão um grande cata-vento colorido defronte a um morro de terra avermelhada. Do alto desse morro pode-se avistar parte da Vila Formosa, Cidade Líder, Cohab I, Jardim Nordeste, Ermelino Matarazzo, o falido primeiro shopping da zona leste, a Radial e outros tantos pontos da região e espaços mais distantes, como o adensamento de prédios do Carrão e Tatuapé.

​Em certas noites, tira-se a prova do clarão alaranjado no céu: do morro vermelho os olhos tocam a chama expelida pela Nitroquímica de Santo André e as luzes vindas do Aricanduva. Nesse mirante os dias morrem em tons de outono; por lá se ganha o contraditório silêncio urbano, jovens fumam toda qualidade de aromas, poetas cantam o bairro, malucos, traficantes, trabalhadores circulam mais lentos.

Aos pés do morro, o CDC em panorâmica: duas salas de ensaio, quatro containers velhos, o teatro de arena com árvores, as quadras esportivas, o parquinho de madeira das crianças, o pessoal dos três grupos de teatro, da capoeira, da dança, do futebol, do basquete, do Narcóticos Anônimos e da Terceira Idade: polifonia da intensa atividade a mover este espaço que fora somente um terreno baldio.

O terreno abandonado ganhou shows musicais lotados, virou sede do Carnaval Contra-hegemônico, palco do espetáculo A Saga do Menino Diamante e da multidão que o assistia, abrigou mostras teatrais e videográficas, saraus e exposições fotográficas. E mais, virou dormitório de artistas vindos das mais diferentes regiões do Brasil, tornou-se parque de esculturas a céu aberto, ganhou poemas impressos em aço, espalhados entre árvores ao longo da pista de caminhada. E ainda, fez-se espaço onde também colocamos nossa alegria, festas, muitas festas, seminários, debates, estudos conjuntos, pesquisas teatrais, palestras, intensidade, movimento…

É do alto do morro vermelho que se toma distância da história frenética, dali se vê a cidade e mira-se o sonho. Por lá, novas viagens e planos de luta: subir no lugar mais alto: silêncio e trama.

 

Texto publicado, originalmente, no site do Dolores Boca Aberta

Informações do teatro

Endereço

R. Dr. Frederico Brotero, 60 - Próximo ao Metrô Patriarca - Cidade Patriarca, São Paulo /

Região

São Paulo /

Capacidade

40 lugares pessoas

Bilheteria

Segunda à sexta: 19h às 20h
Sábado: 19h às 20h
Domingo: 19h às 20h

Estacionamento

No Local

Cafeteria

Não

Ar condicionado

Não

Acessibilidade

Não

Telefone

(11) 95652-2601

E-mail

doloresbocaaberta@gmail.com

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