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Zécarlos Machado: o ator e sua essência

Coluna Por Natália Beukers

“Talvez o Zécarlos venha, hoje, assistir à peça”. Ao ouvir essa frase eu não acreditei. O ano era 2017 e eu fazia a bilheteria da peça As Criadas, produção do Grupo TAPA.
Para mim, Zécarlos era uma entidade! Anos antes, havia assistido à peça 12 Homens e Uma Sentença, em que ele tinha intepretação arrebatadora como o jurado número três. Depois disso, o vi no cinema interpretando o pai de Elis Regina, no filme dirigido por Hugo Prata. Nesse dia, em 2017, não só o conheci como, gentilmente, ele me deu um chocolate – acreditem ou não, meu preferido! Acho que ele nem sabe disso… Enfim, Zécarlos sempre foi uma inspiração profunda para mim.

No dia 06 de julho deste ano, fui a sua casa para entrevistá-lo. A menina que o conheceu em 2017 jamais imaginaria essa cena: eu e ele, sentados no último andar de sua casa, conversando por mais de cinco horas sobre teatro, sobre a vida, sobre o que ele já viveu. Quando cheguei, uma mesa de café da manhã estava posta. Tomamos um suco delicioso de cajá manga e iniciamos nossa conversa. Ele me mostrou fotos antigas, o texto da peça Papa Highirte – todo amassado, pois, segundo ele, em um dia de loucura, devorou o texto, literalmente. Esse tempo que passamos juntos foi muito especial.

Escutar um ator, um grande ator como Zécarlos Machado, é um privilégio sem tamanho. No total, foram quatro horas de gravação em áudio. Assim, tentarei, a seguir, registrar o imprescindível – tarefa difícil diante de tantas coisas fantásticas que foram ditas por ele:

ZÉCARLOS MACHADO: “Tenho vivido com muita gratidão, por tudo que se apresentou para mim nos últimos tempos, de dificuldades, inclusive. Peguei a Covid-19… experienciei a morte de perto, e posso dizer que é fantástica. Ela não se apresenta com aquela foice assustadora, ela te acolhe, é como o entardecer ou como o apagar de um holofote em cena. A questão é não entrar em pânico, é aceitar que ela existe, é sobre respiração. No medo, eu ‘me dou’, estou disponível. É o ritmo da natureza, apesar de, às vezes, pegar fogo. As trevas são uma coisa – a experimentamos em vida –, a escuridão é outra. A peça Papa Highirte, para mim, é uma provação, tem conotações muito especiais, inclusive espirituais. É muito delicado falar sobre isso, porque pode-se entender de maneira equivocada. Para fazer essa peça, tive que me superar fisicamente, espiritualmente, em todos os graus, é uma superação por completo.
A história de Vianinha, autor da peça, é de muito talento, mas de muita luta. Foi um pensador político que morreu muito jovem, aos 37 anos. Era um meninão, lutador, inquieto, guerreiro, companheiro; esse era o espírito dele e que permeia sua obra. Eu já fiz outros “Vianinhas”, por exemplo, Corpo a Corpo (de 1995 até 2000), produção do Grupo TAPA, e Rasga Coração.

Tenho uma afinidade imensa com sua obra, recheada de textos icônicos, mas pouco montados. Nós, culturalmente, não damos muito valor.  Mas, com as contingências que estamos vivendo, esta obra, infelizmente, passa a adquirir uma força potencial muito grande. Além disso, são obras que nos dão uma liberdade de criação enorme. Em Papa Highirte, por exemplo, usamos apenas um banco como cenário, é quase a representação do abstrato, um delírio. A obra de “Vianinha” é transcendente. A peça Papa Highirte foi premiada em 1967 e censurada em 1968, ou seja, o mesmo governo que a premiou, a censurou um ano depois – a peça retoma o tema de governos totalitários. E essa é a questão! Hoje, vivemos, entre aspas, em uma democracia. O governo vigente é totalitário e, mais do que isso, é tosco, ignorante, boçal, perverso, calhorda, a pura liderança do fétido, de ações criminosas. Vivemos um momento de trevas, de sombras muito profundas, sob o estigma da destruição, e, pior, sob o manto da democracia e do cristianismo; é um grau elevado de indecência. Se isto está aí hoje é porque foi estruturado lá trás. Vivemos um caos armado, um mundo bizarro, onde “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Temos que ter consciência disso. Papa Highirte vem a calhar neste momento, pois é disso que a peça trata. Dentro do teatro brasileiro deste momento, eu faço questão de dizer isso: Papa Highirte é a questão máxima de significação da discussão do que tem que ser discutido – e apresenta muito prazer para quem faz e para quem assiste, porque é uma obra de arte. Há um medo generalizado, uma retração da sociedade de maneira geral, e está na hora disso ser escancarado de verdade, pois está claro, provado, evidenciado. Mais de 30 milhões de pessoas passando fome… O teatro, neste cenário, apesar de haver muitos tipos de teatro, deve estar conectado com a realidade, temos este dever para com o nosso ofício. É fundamental nós trabalharmos com o pensamento. A arte, a ciência e até mesmo a religiosidade – no sentido da religação com o que há de mais nobre, não a religião manipulada – são necessárias para este trabalhado de questionamento, para que a humanidade se liberte desses leões.

O teatro me dá a possibilidade de repensar este mundo. O nosso trabalho fascina, mas não é confortável, é paradoxal. É um trabalho criativo, de regeneração, de revigoramento, trabalho de fé, crença, uma aventura. Isto é vida, é Deus – em qualquer profissão você pode ter isso. Como vivemos, culturalmente, massacrados, precisamos buscar nossas forças guerreiras para fazer disso um grito de alerta. Eu tenho essa pretensão com o teatro, com meu trabalho, pois me transformei a partir dele. Creio na meditação, na busca do autoconhecimento: “O que fiz de bom, hoje, de verdade?”. Todos nós precisamos fazer essa reavaliação. Adoro orar, elevar meu pensamento, olhar para meu próximo, pedir proteção, energia, saúde, isto me dá prazer, rodo em todo o universo chamado espiritual. Agora, a caridade, tem que ter firmeza: “Firmeza, firmeza no amor. / Firmeza, firmeza onde estou. / O mestre manda eu trabalhar, o mestre manda eu me firmar. / E ficar em meu lugar.” Este é o exercício.

Tento não perder minha criança, tento fazer com que ela esteja sempre viva. Nós, sentados aqui, agora, me fascina. Acho fascinante olhar para este céu, para as nuvens – criando aquelas imagens em transformação. Tudo se transforma, está em movimento. A vida, então, é isso: não posso perder o olhar de surpresa para o mundo. Às vezes a gente se assusta com o que vê, mas este olhar, encantado, eu procuro ter sempre. Adoro viver, adoro o ser humano. E tem, também, uma coisa importante chamada desejo, vontade de verdade. A fonte do teatro, da criação, é a fonte do desejo, claro que também precisa haver disciplina. Aquilo precisa me atrair de tal forma que minha curiosidade seja aguçada. O ator tem que ser inquieto, não pode estar conformado. Você precisa gostar do seu trabalho, ainda mais no teatro, em que vai compartilhar com alguém, oferecer algo que você gosta para o outro, é preciso acreditar no que está sendo feito. Na medida em que eu me expresso, estou opinando sobre o mundo em que vivo, sobre minha existência. O trabalho com o teatro é a expressão das questões humanas, seja para rir, para chorar, o trágico, o cômico, sagrado ou profano. Nós trabalhamos com esse material. Uma vez li algo, não me lembro o autor, que sempre vem à mente, me comove de alguma maneira. Era mais ou menos assim: “O artista é uma pessoa que está com os pés enterrados na lama, o coração na humanidade e com o olhar nas estrelas.” Não acho que o caminho seja a mitificação do nosso trabalho, ele é meu ofício e apenas sei, humildemente, que é importante para mim. Não podemos cultivar a ilusão. Não é nada especial; aliás, não tem nada de especialíssimo, tudo é especial. Como aquele poema do Pessoa: “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)

Lá atrás, na infância, quando os professores me levavam ao teatro – naquela época os professores eram muito interessados em teatro –, eu ficava encantado com aquele mundo. Quando era criança, meu pai era fiscal da saúde da cidade em que nasci, Alfredo Marcondes/SP. E, todo mês, tinha um circo-teatro que chegava à cidade. Por conta de seu cargo, meu pai tinha ingresso permanente para assistir a todas as apresentações. Então eu ia e ficava fascinado. Mas nunca tinha pensado em fazer teatro. No ginásio, tinha um professor que dava aula de literatura montando cenas. Acho que, no inconsciente, para mim, ficou alguma coisa disso.

Zécarlos Machado em Papa Highirte (Foto: Divulgação)

Um dia, eu e um amigo, Marcão – eu trabalhava com vendas e estava querendo entrar na faculdade de economia (para perseguir o milagre econômico!), lá em São Caetano do Sul – porventura, passamos na frente da Fundação de Artes de São Caetano do Sul. Lá, vimos escrito: “Inscrição para a Escola de Teatro”. Nunca tinha passado na minha cabeça que pudesse existir uma escola de teatro. A verdade é que minha vida não estava muito feliz… era o auge do milagre econômico: “Para frente Brasil, Salve a seleção!”. E eu estava entrando nessa onda de gaiato… Fiz a inscrição, participei dos testes e, de 80 inscritos, passei para ocupar uma das 20 vagas. No primeiro dia de aula, cheguei atrasado, uns 10 minutos. Como trabalhava de vendedor, estava todo engravatado. Quando abri a porta da sala, todos olharam para mim. O professor era Antônio Petrin! Ele perguntou o que eu estava fazendo lá, e disse que estava para fazer aquele negócio de teatro. Até hoje Petrin lembra disso…

Bom, resumindo, não deu três meses, eu e outros alunos da turma alugamos uma república.  Abandonei emprego, fui morar na república, para estudar teatro. Nós não tínhamos o que comer, mas sempre tinha um garrafão de vinho – embriagados nós sempre ficávamos; e jogávamos muito baralho. Alugamos o imóvel em cinco pessoas, mas sempre tinha uma média de quinze vivendo lá. Era engraçado… essas coisas ficam na memória. Teve um dia em que estávamos tomando Vinho Cardeal, comendo cebola com sal, e um amigo – que trabalhava como maquinista no Teatro Municipal – apareceu com dez quilos de bife. Quando ele colocou aquilo na mesa, começou a festa: começamos a fritar bife, beber, dali a pouco começou uma guerra de bife. Era bife de um lado para o outro, aquelas idiotices… no dia seguinte não sabíamos nem como limpar tudo aquilo. Aconteciam essas bizarrices, ao mesmo tempo que tínhamos fome, mas, com esse desprendimento, nos divertíamos muito. Dalí surgiu o grupo de teatro Pasárgada. Nossa república era a própria Pasárgada: “Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei (…) Em Pasárgada tem tudo, é outra civilização”. (Manuel Bandeira)

Antigamente, não era incomum sair da escola e começar a fazer pequenos esquetes em bares, dali a pouco você criava uma unidade de pensamento e montava uma peça. A gente vendia os espetáculos para escolas, o que nos dava a sobrevivência, mas, mais do que isto, era o exercício do teatro. Fazíamos de 4 a 5 espetáculos por dia. Este ano, 2022, o grupo Pasárgada está completando 48 anos – fiquei um ano no grupo, ajudei em sua formação. Foi algo muito significativo na história do teatro, principalmente infantil.
Mas, surgiu a oportunidade, a partir de um teste, para participar, como coro, no Rio de Janeiro, do espetáculo O Homem de La Mancha, que tinha como atores principais Grande Othelo, Bibi Ferreira e Paulo Autran. Depois fiz outro espetáculo com Paulo Autran e Celso Nunes, chamado Coriolano, de Shakespeare – também fazia coro, contrarregragem, acompanhávamos o processo de criação. Tinha, também, Madame Morineau, que era uma grande atriz de teatro. Nesses momentos, ou eu ficava na coxia, ou no foço do teatro, assistindo-os. No caso de Grande Othelo, ele morava em uma rua paralela a minha, então tínhamos uma proximidade maior. Depois, fiz Dona Xepa, com gente de teatro e cinema chamada da velha guarda – ali tive um pequeno papel.

Tempos depois parei de fazer teatro, por uns dois anos. Acontece que tive de arrancar um dente, no Rio de Janeiro, pois não tinha dinheiro para tratar. Não tinha grana nenhuma, morava na Casa do Estudante, de favor – não pagava aluguel, mas no quarto morávamos em cinco, seis pessoas. Nós dividíamos um prato feito na maioria das vezes. Mas quando chegou nessa história do dente, achei que precisava parar por um tempo. Tinha a consciência de que minha vida ainda seria no teatro, mas precisava me ajeitar, pois eu poderia piorar muito na questão de saúde.

Comecei a trabalhar com publicidade, em uma revista que seria lançada. Também fiz teste para entrar. E me dei bem naquilo, para alguém que estava sem dinheiro e sem dente, era uma baita oportunidade! Consegui meu apartamento próprio, cuidei da saúde, comprei um carro e ainda guardei dinheiro. Depois de um ano e meio, começou a me dar uma coceira para voltar ao teatro. Eu tinha um chefe que gostava muito de mim, um mexicano; ele ficou arrasado quando pedi para sair. Antes ele me deu uma licença, eu depois falei que estava com uma dor de cabeça esquisita, que precisaria de mais tempo, mas isso é outra história… a questão é que me demiti e voltei ao teatro: fiz uma substituição na peça Lição de Anatomia. Ali, acho que falei: “Ou vai ou racha”. Neste momento o teatro foi, inclusive, uma cura para mim. Por isso nunca perco a fé no teatro, na criação.

Também preciso dizer que adoro o universo audiovisual. Antes tinha muita resistência, mas a partir do filme Ação Entre Amigos, comecei a ser chamado para trabalhar na televisão. Vi que não é fácil fazer audiovisual, exige outras capacidades, outra maneira de exercer minha função de ator. Este último personagem que fiz, Abraão, teve uma ressonância muito grande. A personagem era fantástica, icônica dentro do pensamento Ocidental. Ele é considerado, dentro das leis esotéricas, o filtro espiritual que dá em Jesus Cristo. Este homem, dentro do que está escrito na bíblia, é obediente a Deus. Quando escrevemos Deus, é o D maiúsculo seguido de “Eus”. Deus não é lá, é aqui. Ele era uma pessoa comum que liderou um povo em busca da chamada terra prometida, que é o que estamos, de certa maneira, fazendo até hoje. Foi um líder amoroso, fiel a Deus, ou seja, a si mesmo. Ele não foi um armamentista, mas um estrategista daquele tempo. Estudei muito sobre ele… gosto de estudar, de trabalhar. Foi uma tarefa árdua. Esse universo é totalmente diferente de Papa Highirte, o Papa carrega o demônio dentro de si, e tem prazer nisso. Quando me perguntavam, na imprensa, quem era Abraão, dizia que era o líder que hoje tanto necessitamos. É um líder que abre os braços ao seu povo. Mas isto raramente era publicado, sempre editavam…
Está sendo legal falar com você, pois estou resgatando uma série de coisas… vêm os amigos, as lutas, o trabalho, o prazer.

Chocolate que ganhei do Zécarlos Machado (Foto: Arquivo pessoal)

Em 1982, participei de um espetáculo significativo para o teatro brasileiro, chamava-se Bella Ciao, texto de Alberto de Abreu e direção de Roberto Vignati. O texto e a direção eram divinos – o cenário era todo vinho, para representar uma taça de vinho –, além de estarmos em um time de atores porreta. Tanto que, naquele ano, olha que engraçado, o prêmio APCA não foi para um ator, mas para todos, todos nós ganhamos o prêmio de melhor atuação. Ficamos dois anos com a peça em cartaz, contava a história do Brasil de 1905 a 1945, por meio da história de uma família imigrante; era comovente. O espetáculo abria com aquela música: ‘Stamattina mi sono alzato / O bella ciao, bella ciao, bella ciao, ciao, ciao'”

Depois de cantar parte da icônica canção Bella Ciao, Zécarlos Machado ficou em silêncio e pôs-se a chorar. Nesse momento, pude enxergar ali, em pessoa, a vasta emoção que é para ele fazer teatro. A emoção que sempre senti e sinto ao vê-lo em cena. O que foi registrado aqui é pouco diante de tudo que Zécarlos falou – há muito mais histórias e trabalhos magníficos, certamente para um livro de memórias, que vai retratar um período fértil da cultura teatral no Brasil. Difícil superar minhas expectativas sobre o que consegui retratar, por tudo que esse grande artista representa. Foram alguns minutos de soluços preenchidos de nostalgia contagiante. Até que, enfim, o silêncio foi rompido por sua voz sempre marcante e inconfundível: “O teatro tem função, sempre teve função. Ele não me tira a fé, a confiança. Isto é significativo.”

SERVIÇO:
De 20 de maio a 24 de julho (Sexta e sábado, às 20h, domingo, às 18h)
Preço: R$ 40 (Inteira) e R$ 20 (Meia).
Capacidade: 50 Lugares (plateia livre)
Galpão do TAPA – Rua Lopes Chaves, 86 – Barra Funda.

 

Este texto foi, originalmente, publicado no site da revista Vogue Brasil, dentro do segmento ‘Gente’. Para acessar a publicação original, clique aqui.

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Natália Beukers

Natália Beukers

Atriz, criadora do Infoteatro e colaboradora de Cultura da Vogue Brasil, tendo escrito mais de 50 textos até então. Formada em Direito pela PUC-SP (2020), começou a estudar teatro aos 10 anos de idade, formando-se como atriz em 2017. Estudou, de 2017 a 2021, com os atores do Grupo TAPA, participando de três espetáculos do grupo: “Anatol”, “O Jardim das Cerejeiras” e “Um Chá das Cinco”. Foi assistente de produção em mais de 10 temporadas da companhia. A partir da criação do Infoteatro, em abril de 2020, entrevistou mais de 100 profissionais da área teatral.

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