Inf Peças
TRINTA ANOS ESTA NOITE OU O ESPELHO NEGATIVO
Acompanhada de um músico/ator, Dulce Muniz interpreta um texto que faz a relação entre momentos significativos de sua vida e a história mais recente do Brasil. Um solo teatral que aborda como tema a dor feminina, suas manifestações e simbolismos. Junto disso, a relação da atriz com a Síndrome de Fibromialgia se mostra presente e conduz o espetáculo por outras dores e experiências, como a tortura, desaparecimento de presos políticos e a vida de mulheres, negros e indígenas.
MORIA
No maior campo de refugiados da Europa, dentre as milhares de pessoas que ali se encontram, destacam-se três mulheres. Duas delas, Abda e Bahar, são atrizes iranianas que migraram para o continente europeu como refugiadas, passando a viver em condições devastadoramente dramáticas e precárias. Enquanto aguardam um destino que insiste em não chegar, se encontram secretamente de madrugada para ensaiar uma peça sobre os apóstolos Paulo e Tiago. Ali discutem sobre fé, violência, o assédio sexual que sofreram e a liberdade religiosa não vivida.
SUEÑO
Sueño se passa em 1973, em Santiago do Chile. Neste cenário, um grupo de teatro ensaia Sonho de uma Noite de Verão. Entre os integrantes, um casal de militantes, cuja mulher está grávida, tem de fugir do país por perseguição da ditadura. Assim, acabam sendo separados. Por fim, ele sai em busca de sua família e sonha reestrear a peça com pessoas que reaprenderam a sonhar com liberdade e independência.
A ROUXINOL E A ROSA
A Rouxinol (Glamour Garcia), uma figura mitológica e transgênero no corpo de homem, mulher e pássaro, vive intensa paixão por um Jovem Aristocrata (Augusto Zaccchi) mas, aconselhada por uma velha Feiticeira (Bárbara Bruno) abre mão de seus sentimentos e luta para conseguir uma rosa vermelha para que o jovem conquiste a sua amada.
CESÁRIA
Com uma montagem que não se detém à passagem tradicional do tempo, o espetáculo parte de uma trama em que, no passado, o Filho procura pelo pai, enquanto no futuro A Mãe planeja matar o patriarca e escreve cartas ao pródigo anunciando esse possível assassinato. Na busca incessante pelo pai, o Filho encontra Cesária, que lhe entrega as cartas atemporais vindas do futuro. As tramas remetem a tempos pandêmicos, sendo eles a pandemia de HIV/AIDS iniciada no fim dos anos 1980 e a pandemia de COVID-19, de 2020.
QUILOMBO MEMORÍA
No texto, João (André Santos) é um advogado que carrega em si as memórias de muitos momentos com a sua avó, Dona Glória (Miriam Limma), que sofre de Alzheimer e se encontra em risco durante a pandemia do COVID-19. Querendo resgatar sua avó e, com isso, resgatar suas tradições mais ancestrais, ele conduz um “sequestro” para que essas recordações e histórias não se percam.
- Quarta20h
A INQUILINA
Sharon (Luisa Thiré), 52 anos, dona de casa, divorciada, mãe de um filho distante, vive sozinha numa zona rural, sem perspectivas ou recursos para se manter. Decide, então, alugar um quarto de sua casa e dividir as despesas. Sua inquilina é Robyn (Carolyna Aguiar), 53 anos, cosmopolita, vegana, lésbica e igualmente mãe de uma filha que a evita. Robyn precisa de um lugar para se esconder de seu misterioso passado e tentar recomeçar. Tudo na inquilina desperta curiosidade avassaladora em Sharon que, quando começa a desvendar seus segredos, cria coragem para dar uma virada radical na sua vida.
INÚTIL CANTO E INÚTIL PRANTO PELOS ANJOS CAÍDOS
O debate sobre o sistema prisional e a violência contra marginalizados presente na obra do dramaturgo Plínio Marcos (1935-1999) ganha um toque de modernidade na montagem de Inútil Canto e Inútil Pranto Pelos Anjos Caídos, espetáculo solo idealizado e protagonizado pelo ator Ícaro Rodrigues.
SÓCRATES EM FORMATO ORATÓRIA
O espetáculo possui uma carga dramatúrgica, em um estudo sobre a composição intelectual do filósofo, esse personagem que remete a história, costura passado, presente e futuro. A obra fala de relação humana em um momento oportuno de análise social. O texto de Sócrates amarra as cenas. Os da artista tem um olhar do feminino e enquanto surgem, os movimentos acontecem, criando uma apresentação intimista que busca a mediação das relações humanas. O espetáculo é costurado com trechos de Shakespeare, do Evangelho Segundo o Espiritismo e nacionalistas, sempre com uma visão próspera para o futuro.
MÁRIO NEGREIRO
MÁRIO NEGREIRO começa com Anderson no bairro paulistano da Casa Verde Alta, local onde viveu e cresceu. Ele precisa entregar um exemplar de Macunaíma para seus amigos de infância, mas perde o livro no caminho. A partir daí, percorre por vários locais da cidade de São Paulo a procura da obra. O ator então regressa até 25 de fevereiro de 1945, dia do falecimento de Mário de Andrade. Nesta data, através de um ritual, invoca-se a figura do modernista, mas algo dá errado e o que surge é uma figura folclórica de nome Mário Negreiro que transita entre a vanguarda e a cultura popular, bem como entre os tempos.
- Quarta21h
- Quinta21h
A HERANÇA
Eric (Bruno Fagundes) está prestes a ser despejado de seu apartamento, e enfrenta uma crise com o recém-noivo, o roteirista Toby, (Rafael Primot), às voltas com uma ascensão meteórica à fama. Tentando se compreender nesta fase turbulenta, Eric se aproxima de Walter (Marco Antônio Pâmio) e Henry (Reynaldo Gianecchini), homens mais velhos com outras visões e experiências. Em meio aos encontros e desencontros, surge em suas vidas Adam (André Torquato), e três gerações colidem e redefinem suas concepções sobre amor, afeto, perda, saudade e amizade.
BURNOUT
Burnout narra o encontro de quatro mulheres. Uma mãe, uma atriz, uma cantora e uma professora. Esse encontro, que seria um show, vira o ensaio de um show e uma peça dentro da peça. Elas convidam o público a imaginar a história. O começo é uma explosão (ou uma implosão?). E quando tudo vai pelos ares, narrativas se emaranham tentando dar conta de tudo, sem conseguir dar conta de nada. Uma sucessão de fracassos. Elas atravessam os inúmeros acontecimentos e, nessa jornada, compreendem que as máquinas, às vezes, podem ser seus próprios corpos.
HELENA BLAVATSKY, A VOZ DO SILÊNCIO
A luz da vela ilumina o cenário e revela um lugar simples no frio de Londres no final do séc. 19. É um recorte do quarto de Helena Blavatsky, que se encontra sozinha, no seu último dia de vida. Ela revisita suas memórias, seu vasto conhecimento adquirido pelos quatro cantos do mundo, se depara com a força do comprometimento com sua missão de vida e as consequências de suas escolhas. Relembra sua forte ligação com a Índia e seu encontro, em Londres, com Gandhi. “Helena Blavatsky, a voz do silêncio”, é um mergulho no universo que existe dentro de nós.
OKAMA
A peça é um jogo de contradição entre a presença e a ausência pela morte. O luto está em cena a partir das memórias vivas da avó do ator numa articulação entre o particular e o universal: os dilemas sociais vividos por migrantes asiáticos ao longo dos anos no Brasil e a violência e até a fome vivenciadas por famílias como os Saito quando aqui desembarcaram também são formas de abordar a morte.
EXAUSTA, EM CENA
Por meio do drama, a peça trata da existência exaustiva do jovem adulto moderno e das aflições de uma artista ao buscar pertencimento e reconhecimento por seu trabalho. Ela também discute a influência das redes sobre a vida e os sentimentos desse jovem, e a personagem vive um grande dilema com os números, likes e interações, que dão a ela uma falsa sensação de aceitação.
- Sexta20h