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VESTIDO DE NOIVA
Vestido de Noiva é uma peça teatral de Nelson Rodrigues na qual o autor mescla realidade, memória e alucinação para contar a triste história de Alaíde. Após ser atropelada por um carro em alta velocidade, ela é hospitalizada em estado de choque. Na mesa de cirurgia, oscilando entre a vida e a morte, a mente de Alaíde visa reconstruir sua própria história, e aos poucos seus sonhos inconscientes e desejos mais inconfessáveis vêm à tona. Quem vai ajudá-la nesse processo é a enigmática Madame Clessi. Juntando as peças desse quebra-cabeça, ela conduz Alaíde na busca pela reconfiguração de sua própria identidade. Vestido de Noiva, escrita em 1943, mantém-se atual: o que poderia parecer um drama familiar revela-se uma tragédia de alcance universal. Nessa obra, dividida em três atos, Nelson Rodrigues conta uma história a partir da análise do interior da mente da personagem, ou seja, de seu espírito, de sua psique, de sua alma.
A FALECIDA
A Falecida apresenta a jornada de Zulmira para realizar o sonho de ter um enterro espetaculoso. Cenas de flashback se misturam à narrativa presente, numa troca de ambientes que, por vezes, tenciona e, por outras, causa um inusitado e bem-vindo alívio cômico.
ENSAIO SOBRE O TERROR
Uma peça-ensaio sobre a branquitude ou o terror da violência racial entre nós. Numa cena de rua, o linchamento emerge como rito e expressão de uma dessolidariedade estrutural e estruturante, assombrando uma sociedade regida por um inconsciente escravocrata. No conto, a trajetória de um homem branco livre e pobre, numa sociedade em que o único dado que garante seu estatuto jurídico de livre, diferindo-o de uma pessoa escravizável, estava na cor de sua pele. Em cena, o terror emerge dando a ver o teor próprio da violência racial, em deslizamentos de linguagem entre o cinema e a música.
BROKEN CAKE – O LAR DAS MEMóRIAS PARTIDAS
Uma mulher conversa com a irmã após um longo tempo. Enquanto comem bolo são reveladas situações traumáticas que ambas viveram na infância, abusos e violência diárias. As irmãs debatem sobre as perversidades de um contexto familiar adoentado, que "quebra o bolo".
ESCOMBROS
O espetáculo começa com o monólogo de Michael sobre a memória de voltar para casa no dia do seu aniversário de 16 anos, abrir a porta do apartamento e encontrar seu pai, um alcoólatra convertido ao catolicismo e fanático por Jesus, crucificado no meio da sala de visitas. Já Michelle é obcecada pela morte da mãe e cria versões contraditórias sobre a forma como ela teria morrido e sobre como ela, Michelle, teria nascido.
AS BRUXAS DE SALÉM
Na pequena cidade de Salém, Massachusetts, durante o século XVII, uma onda de histeria toma conta da comunidade quando um grupo de meninas adolescentes acusa várias mulheres da cidade de bruxaria. Entre as personagens principais estão John Proctor, um fazendeiro respeitado na comunidade; o reverendo Parris, um pastor ambicioso e inimigo de Proctor; Abigail Williams, a jovem sobrinha do reverendo que teve uma paixão frustrada; Elizabeth Proctor, esposa de John; e o reverendo Hale, um especialista em bruxaria enviado para investigar as acusações. Conforme as acusações se multiplicam, a cidade é tomada pelo medo e paranoia, dividindo-se entre aqueles que acreditam nas acusações e aqueles que desconfiam das motivações das jovens. John Proctor se vê no centro do conflito, lutando para proteger sua esposa e enfrentando seu próprio passado. A peça aborda temas profundos como manipulação, histeria coletiva, moralidade e o preço da integridade. À medida que a narrativa se desenrola, os personagens são testados em sua coragem e moral, revelando segredos sombrios e forjando alianças inesperadas. "As Bruxas de Salém" é uma alegoria que explora as tensões entre a verdade e a mentira, a justiça e a injustiça, deixando o público imerso em um enredo repleto de conflitos morais e emocionais que estabelece relações diretas com a violência política, a manipulação, a política de cancelamento, a pós-verdade e as fake news de hoje.
VISTA
Em cena, Julia Lund conta a história de uma mulher que, antes de ir ao trabalho, ao fazer sua corrida matinal na Floresta da Tijuca, tem seu destino atravessado pela agressão sexual. Ela é violentada, estuprada e abandonada sozinha na mata.
ESCREVENDO ROMEU E JULIETA
"Escrevendo Romeu e Julieta" é uma adaptação de Leo Lama para o clássico de William Shakespeare. Uma peça que teria aproximadamente quatro horas de duração foi reduzida a uma hora e meia pelo dramaturgo paulista. Lama traduziu e reescreveu a peça, sem que a estrutura principal do texto original fosse alterada. Também foi incluído o personagem do Bardo Inglês, que está em seu gabinete escrevendo "Romeu e Julieta" no ano de 1591, inspirado pela descida de um anjo mensageiro. Shakespeare escreve freneticamente enquanto as cenas acontecem. A novidade é que as personagens falam com ele algumas vezes e tentam interferir no que está sendo escrito. Shakespeare é convidado por uma das marionetes a interpretar Páris e assim experimentar o que escreve. O destaque fica para a cena final em que o Bardo enfrenta, em um duelo de palavras, Romeu, que pede para escrever seu próprio final. A montagem evidencia os símbolos alquímicos que estavam "escondidos" na obra.
SOBREVIVENTE – COM NENA INOUE
'Sobrevivente' é a segunda parte da trilogia iniciada com 'Para Não Morrer', que lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Atriz em 2019. Peça investiga as origens apagadas da atriz, descendente de japoneses, que descobriu recentemente sua possível ascendência indígena e, nesse caminho, revela a história escondida das mulheres da família que vieram antes, indígenas e não indígenas.
CINCO POEMAS PARA A SENHORA R
Cinco poemas para a senhora R é um espetáculo que revisita parte da história de Rita Braun, judia polonesa que sobreviveu ao holocausto, uma das últimas testemunhas vivas desse período, e que vive em São Paulo com a família desde 1946. Ele acontece na forma de cinco poemas cênicos, criados a partir dos relatos de Rita contidos em seu livro de memórias, de entrevistas gravadas ao longo de sua vida e de depoimentos dos familiares; também de uma parte ficcional, criada a partir das histórias, pensamentos e vivência dos intérpretes e de toda a equipe de criação que participou ativamente do processo de construção da dramaturgia e do espetáculo.
O LEGÍTIMO PAI DA BOMBA ATÔMICA
O Legítimo Pai da Bomba Atômica leva para o palco questões políticas, históricas e técnicas que envolvem a criação da bomba atômica e o que significaria para a humanidade o uso dessa arma na atualidade. A montagem também contribui com um importante debate sobre questões étnicas como representatividade e lugar de fala, pois personagens reais de diversas nacionalidades (alemão, americano, húngaro etc.) são interpretados por atores nipo-brasileiros, integrantes do Coletivo Oriente-se.
- Sexta
- Sábado
- Domingo
MISERY – LOUCA OBSESSÃO
Após sofrer um grave acidente de carro, o famoso escritor Paul Sheldon, conhecido pela série de best-seller sobre a personagem Misery Chastain, é resgatado pela enfermeira Annie Wilkes. Autointitulada a principal fã do autor, Annie se revolta com o desfecho trágico da personagem Misery descoberto em um manuscrito de Sheldon e o submete a uma série de torturas e ameaças.
VINGANÇA VOYEUR
Com dramaturgia de Julia Terron e Victor Moretti, a história começa em um bar, onde o público acompanha um grupo de mulheres que estão atrás do dono do estabelecimento que abusou sexualmente de uma delas. O que aconteceu é revelado aos poucos, enquanto as garotas e o público estão conectados por meio de um rádio, escutando conversas intimas através de fones de ouvido. Um a um, elas procuram seduzir os envolvidos no abuso e tirá-los de lá, com o público como cúmplice.
ORESTEIA.BR
Em cena, a saga dos Átridas, desde o sacrifício de Ifigênia, pelo pai, o rei Agamêmnon, como condição para a partida das frotas até a destruição de Tróia e o resgate de Helena, sequestrada por Páris. Dez anos depois, em seu retorno, Agamêmnon é assassinado pela rainha Clitemnestra e seu amante Egisto, como vingança pela morte da filha. Tempos depois, o filho, Orestes, com a ajuda da irmã, Electra, vinga a morte do pai, assassinando a mãe, o que o leva a um julgamento no contexto de um novo tribunal, instaurado pela deusa Atena.
A MULHER E UM CORPO
O relato de um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo no programa Roda Viva, da TV Cultura é o disparo de A Mulher e um Corpo, solo da atriz Bete Correia. A montagem com dramaturgia de Kiko Marques e direção de Eric Lenate traz à cena a figura de uma mulher ao lado de um corpo desconhecido em decomposição coberto por sacos de lixo em uma comunidade periférica de São Paulo. Em tom de suspense, o público vai descobrindo as nuances da história dessa mulher, que luta contra as tentativas de retirarem o cadáver que está ao seu lado.
- Sábado20h
- Domingo19h