Adaptação do premiado livro de Heloísa Seixas e Julia Romeu apresenta a trajetória de Carmen Miranda para toda a família com linguagem de Teatro de Revista. A direção é de Kleber Montanheiro
Visto por milhares de pessoas, o espetáculo estreou em 2018 no CCBB São Paulo, no contexto das comemorações aos 110 anos de Carmen Miranda. Desde então, teve várias temporadas na capital paulista e uma temporada na cidade do Rio de Janeiro.
Desta vez, a atriz Amanda Acosta é substituída em cena pela premiada Laila Garin no papel da protagonista. O elenco ainda conta com a participação de Daniela Cury, Gustavo Rezende, Luciana Ramanzini, Jonathas Joba, Júlia Sanches e Roma Oliveira, além dos músicos Maurício Maas, Betinho Sodré, Monique Salustiano e Wagner Passos, que também estão em cena no palco do Teatro do SESI-SP.
Abrindo a programação teatral do Centro Cultural Fiesp, o espetáculo celebra e homenageia a grande personalidade que foi Carmen Miranda, em memória ao seu legado enquanto artista na cultura popular brasileira. Para Débora Viana, Gerente Executiva de Cultura da instituição, “a peça é intergeracional, pois rememora e apresenta Carmen para os públicos de todas as idades, reafirmando a vocação do SESI São Paulo em difundir e democratizar o acesso à cultura, por meio de uma verve artística de excelência”.
“Utilizamos a divisão em quadros, o reconhecimento imediato de tipos brasileiros e a musicalidade presente, colaborando diretamente com o texto falado, não como um apêndice musical, mas sim como dramaturgia cantada”, explica o diretor Kleber Montanheiro. Esse tradicional gênero popular faz parte da identidade cultural brasileira, mas, recentemente, está em processo de desaparecimento da cena teatral por falta de conhecimento, preconceito artístico e valorização de formas americanizadas e/ou industrializadas de musicais.
A encenação tem a proposta de preservar a memória sobre a pequena notável, como a cantora era conhecida, e a época em que ela fez sucesso tanto no Brasil como nos Estados Unidos, entre os anos de 1930 e 1950. Por isso, os figurinos da protagonista são inspirados nos desenhos originais das roupas usadas por Carmen Miranda; já as vestes dos demais personagens são baseadas na moda dessas décadas.
“As interpretações dos atores obedecem a prosódia de uma época, influenciada diretamente pelo modo de falar ‘aportuguesado’, o maneirismo de cantar proveniente do rádio, onde as emissões vocais traduzem um período e uma identidade específica”, revela Montanheiro.
A cenografia reproduz os principais ambientes propostos pelo livro. Esses espaços físicos são o porto do Rio de Janeiro, onde Carmen desembarca criança com seus pais; sua casa e as ruas da Cidade Maravilhosa; a loja de chapéus, onde Carmen trabalhou; o estúdio de rádio; os estúdios de Hollywood e as telas de cinema; e o céu, onde ela foi cantar em 5 de agosto de 1955. Cada cenário traz ao fundo uma palavra composta com as letras do nome da cantora em formatos grandes. Por exemplo, a palavra MAR aparece no porto, e MÃE, na casa dos pais da cantora.
Sobre Kleber Montanheiro – direção, cenários e figurinos
Multiartista com 30 anos de carreira, é diretor cênico, cenógrafo, figurinista, iluminador e artista visual em expografia. Indicado a mais de 25 prêmios (FEMSA, APCA, Shell, Prêmio Bibi Ferreira e Prêmio DID – Destaque Imprensa Digital) em diversas categorias, foi contemplado pela maioria delas. Destacam-se em sua direção espetáculos como “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque de Holanda; “Carmen, a Grande Pequena Notável”, de Heloísa Seixas e Júlia Romeu; “Nossos Ossos”, do livro homônimo de Marcelino Freire e, atualmente, “Tatuagem”, um musical adaptado do filme de Hilton Lacerda, da qual recebeu indicações aos prêmios Bibi Ferreira e APCA como melhor diretor. Por “Carmen, a Grande Pequena Notável”, recebeu o Prêmio São Paulo de melhor figurino. Está indicado ao prêmio DID – Destaque imprensa Digital como melhor diretor pelo espetáculo musical “Tatuagem”.
Sobre Heloisa Seixas – autora do livro e adaptadora teatral
A carioca Heloisa Seixas trabalhou muitos anos na imprensa do Rio de Janeiro antes de se dedicar exclusivamente à literatura. É autora de mais de 20 livros, incluindo romances, contos, crônicas e obras infanto-juvenis, além de peças de teatro. Foi quatro vezes finalista do prêmio Jabuti, com os livros “Pente de Vênus”, “A Porta”, “Pérolas Absolutas” e “O Oitavo Selo”, este último também finalista do prêmio São Paulo de Literatura e semifinalista do prêmio Oceanos.
Seu livro mais recente é o romance “Agora e na Hora”, lançado em abril pela Companhia das Letras. Além dos musicais “Era no Tempo do Rei” e “Bilac Vê Estrelas”, ambos em parceria com Julia Romeu, Heloisa fez para o teatro a peça “O Lugar Escuro”, uma adaptação de seu livro homônimo sobre a doença de Alzheimer. Este espetáculo rendeu para a atriz Camilla Amado o Prêmio Especial APTR de 2014.
Sobre Julia Romeu – autora do livro e adaptadora teatral
Em parceria com Heloisa Seixas, Julia Romeu escreveu os musicais “Era no Tempo do Rei” (2010), com músicas de Aldir Blanc e Carlos Lyra; e “Bilac Vê Estrelas” (2015), que venceu os prêmios Bibi Ferreira de Melhor Musical Brasileiro, Shell e APTR, com canções de Nei Lopes. As duas também são autoras do livro “Carmen: A Grande Pequena Notável”, a biografia de Carmen Miranda para crianças, vencedora do Prêmio FNLIJ de Melhor Livro de Não Ficção de 2015. Além disso, ela trabalha como tradutora literária há mais de dez anos e é mestre em Literaturas de Língua Inglesa pela UERJ.
Ficha Técnica
Autoras do livro e adaptação teatral: Julia Romeu e Heloísa Seixas.
Direção, cenários e figurinos: Kleber Montanheiro.
Desenho de luz: Marisa Bentivegna.
Direção Musical: Ricardo Severo.
Visagismo: Anderson Bueno
Elenco: Laila Garin (Carmen Miranda), Daniela Cury, Gustavo Rezende, Luciana Ramanzini, Jonathas Joba, Júlia Sanches e Roma Oliveira.
Músicos: Maurício Maas, Betinho Sodré, Monique Salustiano e Wagner Passos.
Direção de produção: Maurício Inafre.
Produção: Uma Arte Produções Artísticas & Cia Da Revista.
Assessoria de imprensa: Pombo Correio.
Realização: SESI-SP.
Acessibilidade: Sala tem acessibilidade para pessoas com deficiências e mobilidade reduzida.