Definido como “dramédia”, o drama cômico da atriz e dramaturga Isabella Igreja parte do ditado popular “a esperança é a última que morre” para propor uma reflexão profunda sobre o cansaço enfrentado diante das esperas e frustrações da vida. A peça, inspirada em um drama pessoal da atriz, busca explorar as emoções e os desafios enfrentados por indivíduos que lutam para manter a esperança, mesmo diante das adversidades e dos obstáculos do cotidiano. “Ri melhor a última que morre” lotou o Teatro Candido Mendes com duas primeiras apresentações no ano passado e faz agora uma temporada de estreia oficial, ficando três semanas em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim.

Sob o pretexto de representar a peça A mais forte, de August Strindberg, duas atrizes e uma performer sonora se lançam em um jogo pelo qual intercambiam diversos papéis, explorando com humor ácido as construções heteronormativas do feminino sugeridas pelo texto. Indo mais longe: elas desafiam o autor sueco pela exposição de um disparador imprevisto: o corpo lésbico reivindicando o protagonismo da cena. O que diria Strindberg disso tudo?

Nesse show, Giovana Fagundes traz muito deboche, ironia e aquela pitada de sarcasmo característicos da atriz, além de músicas autorais de comédia, pra trazer ao público outras histórias sobre alguns temas como: descobrimento do Brasil, racismo, casamento, monogamia e sexo.

Encenado por Maria Clara Migliora e Tamie Panet (que também assina a dramaturgia e direção musical), com participação de convidados especiais, o espetáculo não segue uma narrativa linear, mas sim a lógica do cabaré: uma sucessão de números autônomos, que incorporam paródias musicais, lip-syncs, improvisos e jogos com a plateia. A música, segundo as criadoras, é o eixo da encenação, conduzindo o público por diferentes atmosferas — do romance ao nonsense, da crítica ao delírio.

Os três porquinhos terão que descobrir quais os verdadeiros planos do Lobo Mau, que agora diz ser bonzinho, e querer ajudar todos os bichos do bosque a terem uma vida melhor. Mas será que ele está falando a verdade?

Em meio ao sertão nordestino, dois amigos pobres — João Grilo, astuto e malandro, e Chicó, medroso e falador — enfrentam diversas situações inusitadas para sobreviver às dificuldades da vida. Com muito humor e crítica social, a história mistura elementos da cultura popular brasileira, religiosidade e questões morais, conduzindo o público por uma jornada repleta de surpresas e reflexões sobre justiça, fé e redenção.

Marcelo, um jovem, de 25 anos que se vê diante de um bar onde dois eventos ligados a ele acontecem ao mesmo tempo. Em uma mesa, está sua família, e em outra, seus amigos. Essa simultaneidade de dois mundos em que ele se apresenta de maneira diferente gera tamanha pressão sobre ele que Marcelo não consegue se decidir se entra no bar ou simplesmente vai embora. Através da sua hesitação e suas reflexões, o público passa a conhecer mais sobre a história desse jovem, desde sua infância até os dias atuais, incluindo sua relação complexa com familiares e amigos e, principalmente, consigo próprio.

“INTENSO - meu retorno de Saturno” trata do amor gay com sensibilidade e bom humor, trazendo um tema que gera bastante interesse do público, retratado em diversas produções, mas ainda não relatado desta forma sob a ótica de um casal gay. O público LGBT terá a chance de se ver representado em muitas camadas e em cena, Vitor alterna momentos de riso e melancolia com naturalidade, revelando sua maturidade artística e presença cênica

O espetáculo parte do diálogo entre a palhaçaria, o teatro, a performance e múltiplas técnicas relacionadas para refletir sobre consciência de classe, exaustão, cansaço e outras consequências da flexibilização das relações laborais.

Bia é filha de um casal que vem deixando sua história de amor ser abalada pelo corre-corre do dia a dia, e os desentendimentos estão cada vez mais constantes. Cansada de ver seus pais discutindo, Bia faz um pedido ao soprar sua vela de aniversário de onze anos: voltar no tempo para impedir que eles comecem a namorar e, assim, mudar a sua própria história. Para sua surpresa, seu pedido é atendido e ela é transportada para 1990, para o dia exato em que seus pais se conheceram no colégio, quando tinham a sua idade. Mas, ao tentar botar seu plano em ação, ela se encanta ao testemunhar essa relação sendo construída a partir de uma bonita amizade entre crianças.

A história se desenrola com as personagens tentando reverter o cancelamento e resgatar o poder de suas próprias vozes – e beijos –, enquanto a encenação reflete sobre o papel da mídia na construção de narrativas e preconceitos, especialmente contra corpos marginalizados, e costura sua dramaturgia com idas e vindas no tempo, combinando crítica social, leveza e muita cor. Com uma atmosfera que remete a um típico bar brasileiro, conectando os mundos do futebol e da boemia, o espetáculo aposta na rapsódia para brincar com a memória, propor um novo futuro e exaltar a cultura nacional com viés inclusivo.

Na trama, Marisa Orth interpreta uma mulher que recebe amigos e familiares em casa para o velório do marido, papel de Miguel Falabella. Por decisão própria, ela optou por velá-lo no quarto, deixando o caixão na porta, o que acaba atrapalhando a circulação dos convidados. A personagem explica que pode receber todos apenas até a meia-noite, pois prometeu ao marido que passariam juntos a última noite.

Não há mais vagas. Nem para o Joaquim, se ele quiser voltar. Gertrudes, a dona da pensão, diverte-se fazendo comidinhas e chás para espantar a solidão do cotidiano. Madalena é uma mulher sensual, enfermeira durante o dia e à noite, diverte-se com seus vários amantes. Lúcia, entre uma mentira e outra, se perde entre a fantasia e a realidade de encontrar um príncipe encantado. Juntas, essas três mulheres de origens e almas diferentes debatem-se, divertem-se, brigam e se amam em uma história que mistura o real e a fantasia.

Enquanto tenta vencer o concurso de “Enfermeira Modelo”, Zilda enfrenta o caos de um hospital público, pacientes excêntricos e um mal-entendido com um político. A trama ganha novas camadas com a introdução da Libras e muitas trapalhadas no caminho. Uma comédia leve e cheia de surpresas.

Dois ícones da dramaturgia. De um lado, a lendária Lady Macbeth, personagem imortal de William Shakespeare. Do outro, uma das mais importantes atrizes brasileiras, Susana Vieira. “Lady” promove indiretamente esse encontro, mas não para reencenar a tragédia do autor inglês. Ao contrário, o monólogo inédito de Vana Medeiros é uma viagem bem-humorada, feminina, leve e contemporânea. Um texto moderno escrito especialmente para o humor e o talento de Susana, que desejava retornar aos palcos com uma comédia inteligente e de grande comunicação com o público.