O solo conta a história do jornalista Emanuel Goldfarb, que recebe o singelo convite de um professor para compareça pessoalmente a uma aula e explique aos seus alunos o que é ser judeu. Emanuel passa então a refletir sobre atender ou não a esse chamado. Com legítimo "humor judaico", ele irá revisitar sua ancestralidade e acessar lembranças que há muito tempo estavam adormecidas. Suas memórias e reflexões passam pela origem familiar, pela diáspora do povo judeu desde a antiguidade até os dias atuais, pelas tradições e por sua própria hereditariedade, temas que são abordados por ele alternando emoção, razão e muito humor.

Verme é uma criação dramatúrgica de Luiz Campos, um dos fundadores do coletivo, que leva ao palco um relato documental de autoficção, baseado em suas experiências durante os sete anos em que esteve no militarismo. O enredo expõe as agressões, os traumas e as injustiças que presenciou e sofreu, contrastando essas vivências com a pureza e a inocência de sua infância. Verme é uma ferida aberta, um desabafo necessário, um grito do autor que precisa ser ouvido.

A peça conta a história de Dona Assunta, uma mulher de origens italianas que se torna a pulsante essência de uma narrativa repleta de humor, de luta e, acima de tudo, de humanidade. No coração dessa história, a pensão da personagem emerge como um microcosmo do cotidiano paulistano, um reduto vibrante na forma de uma vila suburbana. Assunta, com sua natureza lutadora, enfrenta os desafios de ser mãe, esposa e dona de uma pensão, lidando com os desafios familiares e com moradores que nem sempre conseguem pagar em dia. Sua vida é um mosaico de momentos engraçados, delicados, comoventes e, sobretudo, autenticamente humanos.

O conto narra a história de Jacobina, um homem pobre que é nomeado Alferes da Guarda Nacional. A partir desse novo status, elementos sociais e psicológicos se emaranham numa trama que aborda questões relativas à alma humana, à solidão, à vaidade, à luxúria e ao poder.

Violência contra a mulher, racismo e hipocrisia são alguns dos pilares de "Bonitinha, Mas Ordinária", clássica peça escrita por Nelson Rodrigues (1912-1980), que ganha nova montagem mais de 60 anos depois da sua estreia inicial. Naturalmente, ela chega em 2024 necessitada de algumas reparações, para poder ser levada à cena contemporânea, sob a direção de Bruce Gomlevsky, um dos mais premiados encenadores da atualidade. Esta adaptação conta com um elenco de 16 talentosos atores do nosso teatro, entre eles, Ricardo Blat, Sirléa Aleixo, Cláudio Gabriel, Sylvia Bandeira, Alice Borges e Emilio Orciollo Netto, idealizador e um dos produtores do espetáculo, que estreia no Teatro Nelson Rodrigues, no Centro, para uma curta temporada que promete sacudir a cena teatral carioca.

Espetáculo do Grupo 3 de Teatro Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante, de Silvia Gomez, estreia no Teatro Firjan SESI Enquanto aviões decolam e aterrissam em várias partes do mundo, a rotina da Vigia do KM 23 daquela rodovia brasileira é alterada pela presença de uma garota que delira, largada […]

Paciente esquizofrênica desenvolveu múltiplas personalidades e as expressa compulsivamente. A plateia é convidada a contribuir para seu tratamento e cura.

Camden Town, bairro de Londres, 1970. Mary Shepherd (Nathalia Timberg) é uma senhora idosa, que mora dentro de uma van. Devido aos seus hábitos pouco sociais, os moradores não gostam nem um pouco quando ela decide estacionar o carro próximo à sua casa. O único que a tolera na vizinhança é o escritor Alan Bennett (Caco Ciocler e Edu Silva), que permite que ela use seu banheiro de vez em quando. Após algum tempo, os moradores conseguem que a prefeitura proíba que qualquer carro fique estacionado no bairro. A intenção era que a sra. Shepherd deixasse o local, mas ela encontra uma saída quando Alan oferece que estacione na vaga existente em sua própria casa. Uma emocionante história de tolerância e amor.

Por meio de levantamentos biográficos compostos por fotografias, diários, cartas, entrevistas com familiares e amigos, a Cia. Mungunzá de Teatro apresenta ao público a transformação de Luis Antonio em Gabriela. Baseada na história real de Nelson Baskerville, diretor do espetáculo, a dramaturgia é construída a partir de diferentes pontos de vista, como do irmão caçula; da irmã que sai pelo mundo em busca do corpo de Gabriela; da madrasta que o criou com mais 8 crianças; do pai que, em vida, não reconheceu a filha travesti e dos amigos e colegas de trabalho, que viam a figura da protagonista com uma mistura de admiração e estranhamento.

Aparição faz parte do projeto de temporada dupla. É um espetáculo que persegue a trajetória de pequenos delírios na vida de uma personagem, que apesar de real, dispensa a realidade dos fatos. Larissa Siqueira não guarda mais nomes, porém não esquece daquilo que a comove ou comoveu um dia. O que faz diferença na vida é a poesia, o delírio, o transtorno e a aparição.

Reencarnação é o lado avesso do espetáculo Aparição, e é a peça que inicia a curta temporada de três semanas. Em formato de palestra performance, o trabalho reflete sobre as possibilidades de reencarnar (rearranjar) sem morrer, a partir das experiências estéticas.

Por meio de dois monólogos que se alternam em cena, mãe e filho, relembram, cada um a seu modo, o evento traumático ocorrido há sete anos e que mudou para sempre os destinos da família. Ainda que discorra sobre um tema espinhoso e que ainda é considerado tabu em nossa sociedade, a peça procura mostrar caminhos de superação e a busca pela felicidade empreendida pelos personagens da trama, principalmente o da mãe.

Desdêmona, uma jovem negra, e Otelo, general de Veneza, jovem e branco, casam-se secretamente contra a vontade da mãe dela, Dona Brabancia. Iago quer vingar-se de Otelo por ter promovido o jovem Cassio em seu lugar ao posto de tenente coronel. Seu plano é fazer com que Otelo pense que Cassio e Desdêmona são amantes.

Abrangendo o tema da saúde emocional e síndrome do impostor, o espetáculo mostra uma artista plástica que projeta seu autos sabotador em um busto de David, obra de Michelangelo. A escultura constantemente a desafia, dizendo que um dia todos descobrirão que ela é uma farsa.

Têned (Rodrigo Brich) e Franklin (Lucas Ronconi) são dois jovens seminaristas que almejam construir uma vida religiosa e sagrada no caminho de se tornarem padres. Porém, há um obstáculo que pode interromper essa jornada: o amor. Os meninos guardam um intenso desejo de ficarem juntos. E isso existe desde o momento em que chegaram ao seminário. Resistem com afinco, mas em um dia na sala de orações do convento onde moram, o sentimento avassalador vem à tona e os dois se veem na beira de um precipício em que precisam decidir entre seguir escondendo o amor ou dar asas para a paixão, e se libertarem dos dogmas que os impedem de consumar o que ferve em seus corações.